O Ministério do Turismo passou isento pelo processo de redução de pastas no possível governo Temer. Por motivos estratégicos em função das Olimpíadas, não prosperou a idéia de retomada de uma fusão com o Ministério dos Esportes, cada um seguirá individualmente, pelo menos neste momento.
Enquanto a pasta dos Esportes deve ir mesmo para o PDMB do Rio de Janeiro, faltando a definição de quem será o ocupante dentro da família Pizziani, no Turismo a sequência natural que seria a volta do ex Henrique Alves mudou, pois teve a agravante das denuncias sobre o ex-presidente da Câmara, aliado direto de Temer, mas implicado em questões da Lava Jato. Embora com atuação à frente da pasta com bons resultados – especialmente na relação recente com o trade turístico – é bem dificil que possa ser reintegrado ao posto como tudo antes indicava..
No processo de redução ministerial e composição de acordos partidários, o PMDB pode ficar sem o Turismo que estaria na composição com o PRB – Partido Repúblicano Brasileiro – justamente o partido que estava com a pasta do Esporte.
O PRB está estudando e deve apresentar hoje a resposta sobre se aceita esta nova composição. Os nomes mais expressivos do partido que conta com 22 deputados federais e apenas 1 senador, são os de Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro e Celso Russomano em São Paulo. Nenhum deles porém seria o indicado para o posto de ministro.
Este jogo político recebeu criticas severas do ex-ministro Caio Luiz de Carvalho – que ocupou as duas pastas que eram conjuntas no governo de Fernando Henrique Cardoso. Caio contestou a validade da pasta do turismo, indicando que ela somente tem servido como moeda política, sem aplicar uma necessária politica oficial para o setor. Desde sua criação e com os vários ocupantes do governo petista, o ministério foi um mero repassador de cargos e interesses na transação política.
‘Seria muito mais eficiente se passasse a ser uma agência ou secretaria, com link direto junto ao ministério do Desenvolvimento. Depois de 15 anos de ministério, continuamos vendo que ele somente serve para muitas fotografias…que parece ser mesmo um gosto intrínseco do turismo.’, afirmou quando questionado pela reportagem da TRAVEL3 sobre a anunciada redução ministerial.
Revelou também que, ao sair da pasta, recomendou a sua extinção dentro dos quadros de administração do governo por julgá-la sem o funcionamento ideal.
O ex-integrante da área publica, cujo ultimo cargo foi o de presidente da SP Turismo, quando trabalhou com dois prefeitos possíveis ministros do novo governo – José Serra e Gilberto Kassab – trabalha atualmente com o setor cultural, e sobre a possível fusão entre a Cultura e Educação, considerou que esta deverá ser positiva. ‘Tende a melhorar com a volta do MEC. Tem mais a ver. Lógico que dependerá muito de quem será o ministro…e de sua inteligência como força política, sem duvida’.
As declarações de Caio Luiz de Carvalho foram feitas na apresentação do projeto NMW Brasil. no Museu do Mube, em São Paulo