Dificil acreditar que o conturbado mundo atual da realidade possa atender a um pedido como este, especialmente quando se tem, diariamente, notícias de diferentes partes do mundo com violências, convulsões sociais e terrorismo. A iniciativa, porém, é altamente válida e necessária.
A dez dias da abertura dos Jogos Rio 2016, a primeira Olimpíada a ser realizada na América do Sul, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas divulgou mensagem pedindo o fim das hostilidades no mundo inteiro durante o período de competições no Brasil. A suspensão de confrontos e atos foi aprovada pela Assembléia Geral da ONU para um período que compreende os 7 dias antes dos Jogos (29 de julho) até 7 dias depois da Paralimpíada (18 de setembro)
“Uma pausa nos combates seria uma manifestação dos valores que os Jogos procuram promover: respeito, amizade, solidariedade e igualdade”, destacou Ban Ki-moon, que fez um apelo às partes envolvidas em conflito para que deponham as armas e observem o cessar-fogo. O secretário-geral da ONU lembrou que os “Jogos tratam, sobretudo, de quebrar recordes da capacidade humana”, motivando indivíduos e países a ir além dos limites do que se pensava ser possível. “Com a mesma determinação, peço um estímulo para combinarmos esforços para ganhar medalhas nos campos dos Jogos e trabalhar para silenciar as armas nos campos de batalha.”
Os Jogos do Rio incluem, de forma inédita, uma equipe de refugiados no conjunto de delegações que vão competir. “Tal iniciativa mostrará a força dos refugiados ao lembrar ao mundo que temos de fazer mais para combater as causas profundas de seu flagelo. Não há maior motivo para o êxodo do que o conflito, e não poderia haver melhor demonstração de solidariedade do que observar a Trégua Olímpica”, diz o secretário-geral da ONU.
Em outubro de 2015, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução instituindo oficialmente a Trégua Olímpica. Iniciativa do Brasil foi copatrocinada por 180 países.
A proposta aprovada, “Esporte para o Desenvolvimento e a Paz: Construindo um mundo mais pacífico e melhor por meio do esporte e do ideal olímpico”, reafirma a eficiência do esporte na promoção de diálogo e reconciliação em áreas de conflito.
A trégua remete à tradição da Grécia Antiga, desde o século 8 AC. Desde 1922, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu recuperar a prática, cobrando de todos os países a observância da cessação de hostilidades