A sessão no Teatro de La Ribera, no bairro de La Boca, teve muitas discussões, debates entre defensores dos dois lados, empresários, funcionários do setor, autoridades do governo. Na pauta da necessidade de novos serviços e oportunidades que existem no cenário argentino. Foram 63 exposições inscritas nesta terça, onde os representantes da Andes, Flybondi, American Jet, Avian e Alas del Sur puderam expor suas pretensões.
As cinco empresas apresentaram os seus pedidos de rotas, boa parte delas para melhorar a conectividade interna. A Alas del Sur definiu que terá Córdoba como sua hub. Vai começar com três aeronaves, chegando até seis ao final de 2017. A American Jet quer aumentar a capacidade de seus aviões para ultrapassar os serviços voltados à mineração e petróleo, com voos a partir de Neuqué, e utilizando aviões ATR com 48 assentos.
Já operante, a Andes confirmou que está esperando novas aeronaves. Melissa Sangallo, representante da Avian (Avianca na Argentina) anunciou que a empresa pretende iniciar voos em 15 de março. E garantiu que a companhia vai prevalecer a utilização de equipes argentinas entre as operações de terra e ar.
A low cost Flybondi chegou com sua proposta inovadora. ‘Teremos os aviões mais tempo no ar e menos em terra’, garantiu Julian Cook, o empresário suíço líder deste projeto. “A Argentina é um pais que não tem ainda o serviço low cost e isto é de uma enorme oportunidade”, reiterou, anunciando investimentos de U$ 75 milhões, trazendo 27 aeronaves até 2021, com a cobertura de 56 destinos domésticos e 38 internacionais, gerando 1500 postos de trabalho direto.
Uma defesa intensa foi feita pelo ministro dos Transportes. “O nosso mercado aerocomercial é muito pobre. Na Argentina pouca gente voa, um terço em compração aos países da região”, afirmou Guillermo Dietrich, principal autoridade participante.
Organizada pela administração nacional da Aviação Civil (ANAC), audiência mostrou também uma férrea disposição dos sindicatos e organizações de setores específicos (pilotos, mecânicos, etc), que manifestaram uma oposição critica à chegada das novas companhias e defenderam maior apoio às empresas de bandeira Aerolíneas Argentinas e Austral.
O ministro do Turismo, Gustavo Santos foi outro defensor direto do ingresso das novas companhias, principalmente em razão de um maior fluxo no turismo interno. ”Houve um “estancamiento” nos últimos anos e no trabalho conjunto que estamos realizando com as províncias, esperamos reverter esta situação.”
Santos revelou que a meta é ter a curto prazo 22 milhões de passageiros internos e um movimento de três milhões de turistas estrangeiros, com 50% de crescimento em relação ao fluxo atual. ”O turismo, com maiores facilidades aéreas, é um gerador de empregos em um pais que está necessitando demandar trabalho”, completou.
Agora virá a etapa de avaliação sobre os pedidos feitos, com outorga de concessão e sobre as rotas solicitadas, que poderá ser total ou parcial, bem como o prazo de seis meses para que as empresas venham a começar a executar suas operações.