
Pesquisa da IATA indicou impacto profundo das restrições de viagens no mês em comparação com 2019
A IATA acaba de divulgar os resultados globais do tráfego aéreo em março de 2020. Os números indicam que, em meio ao coronavírus e às restrições de viagens, a demanda de passageiros registrou uma queda de 52,9% em comparação ao mesmo mês de 2019. Além disso, a capacidade, em assentos disponíveis por km = RPKs, caiu 36,2%; e a taxa de ocupação caiu 21,4% – chegando a 60,6%.
Março foi um mês desastroso para a aviação. As companhias aéreas sentiram o impacto crescente das medidas relacionadas à Covid-19 relacionadas ao fechamento de fronteiras e restrições de viagem, inclusive nos mercados domésticos. A demanda atingiu o mesmo nível de 2006, mas temos frotas e funcionários em dobro. Para piorar, sabemos que a situação se complicou ainda mais em abril, com sinais de recuperação lenta.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA

Voos internacionais foram os mais afetados
A demanda internacional de passageiros diminuiu 55,8% em março de 2020 em relação a março de 2019. O resultado reflete as medidas adotadas por governos de todo o mundo para combater a Covid-19, e sofreu uma grande alteração em relação a fevereiro; quando a queda havia sido de 10,3%. Ao mesmo tempo, em todas as regiões, o tráfego de passageiros caiu 2 dígitos. Já a capacidade internacional despencou 42,8%, e a taxa de ocupação caiu para 62,5%.
As companhias com maior redução de demanda internacional foram as da Ásia-Pacífico, seguidas por Europa, América do Norte, Oriente Médio, África e América Latina.

Demanda doméstica também em queda
Os mercados domésticos de transporte aéreo também são amplamente atingidos pela pandemia de Covid-19 e pelas restrições de circulação. Em todo o mundo, a demanda por viagens domésticas diminuiu 47,8% em março de 2020 em relação a março de 2019, também com queda de 2 dígitos em todos os mercados. Ao mesmo tempo, a capacidade reduziu em 21,3%, e a taxa de ocupação em 26 pontos percentiais – atingindo 58,1%.
Os números representam uma piora geral em relação a fevereiro, quando a queda na demanda de passageiros havia sido de 21,3%.
O setor está em queda livre e ainda não chegamos ao fundo do poço. Mas espero que, em breve, as autoridades possam reduzir as restrições de viagem e abrir suas fronteiras. Para isso, é fundamental que os governos trabalhem com o setor agora e se preparem para a reabertura. Esta é a única forma de garantir a implementação de medidas para manter os passageiros em segurança durante as viagens e assegurar aos governos que a aviação não será um vetor na propagação da doença.
Também devemos evitar a confusão e a complexidade que vimos logo após o 11 de setembro de 2001. Os padrões globais amplamente aceitos e operacionalmente viáveis serão essenciais para a retomada. A única maneira de chegarmos lá é com o trabalho em conjunto.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA