Por segurança, viagens e expedições tiveram de ser adiadas por tempo indeterminado
O turismo indígena leva autonomia e qualidade de vida às comunidades, e vem se estruturando com o apoio de diferentes organizações. No entanto, em meio à pandemia de Covid-19, as viagens e expedições tiveram de ser suspensas; e não devem retornar até que a segurança de todos possa ser garantida.
Nesse contexto, a Garupa, pioneira na estruturação do turismo indígena, informou que as expedições para as Serras Guerreiras de Tapuruquara (AM) e Terras Indígenas Haliti-Paresi (MT) estão sem datas definidas para 2020.
A organização atua há 4 anos em parceria com as comunidades e com entidades como o Instituto Socioambiental (ISA) e a The Nature Conservancy (TNC) – e reforçou a importância das portarias recentemente publicadas pela Funai e pelo Ministério da Justiça que suspenderam a visitação às terras indígenas por tempo indeterminado.
Turismo indígena pode ser apoiado a distância
A Garupa afirmou que acompanha de perto a evolução da pandemia para definir o melhor momento para retomar as viagens. Mas enquanto viajar não é recomendado, comunidades indígenas aceitam doações para custear itens essenciais.
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, por exemplo, lançou a campanha Rio Negro, nós cuidamos. Por meio de um site, a iniciativa – coordenada por mulheres indígenas – recebe doações e divulga boletins atualizados sobre a situação da pandemia em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
Nas Terras Indígenas do Médio Rio Negro, as doações recebidas são utilizadas na compra de itens essenciais; como sabão + água sanitária + álcool gel + kits de pesca + alimentos não perecíveis.
Além disso, os recursos também são destinados à produção de materiais informativos impressos e em serviços de carro de som.
Outras organizações também promovem ações para informar e prevenir a disseminação da Covid-19 em terras indígenas. Esse é o caso, por exemplo, de associações que participam dos projetos de estruturação turística nas Terras Indígenas Haliti-Paresi e Terras Indígenas do Oiapoque. Com ações preventivas e provisão de recursos, as entidades reúnem aldeias, lideranças e associações indígenas contra o coronavírus.