BRASILIA – As consequências econômicas dos crimes de economia fiscal seguem dando o tom acusatório e protagonista do processo. E o discurso que mais chamou a atenção foi o de Cristovam Buarque, ex-ministro da educação no primeiro governo Lula. Relembrando que defendeu com riscos de vida o golpe tentado contra o governo de Arraes, em Pernambuco, historiou porque não poderia deixar de inserir-se na admissibilidade do impeachement de agora.
(Foto:Geraldo Magela/Divulgação/Agência Senado)
Afirmou que ‘a esquerda envelheceu’, que ‘o governo não soube governar’, criticou a presidente Dilma e o ex-Lula, historiou o enorme calendário de erros que foram cometidos nestes ultimos anos. Conciso, articulado, e mesmo emocionado, com uma análise objetiva e fundamentada, foi um dos pronunciamentos mais comentados e avaliados dentro do cenário
Até agora, 18 votos já foram encaminhados de forma positiva para o impeachement. Apenas 4 pro-governo, Até agora uma tendência que confirma todas as previsões. Pela manhã, apenas cinco parlamentares falaram, até o final da tarde são vinte. Há expectativa de que a votação atravesse a madrugada da quinta-feira.
Dos 73 senadores presentes em plenário, 69 se inscreveram para exposição, até agora foram apenas 22 da lista. A sessão começou com atrasos, houve questões de ordem que protelaram o inicio efetivo. Chama a atenção seja no Brasil ou no acompanhamento internacional que é intenso, com mais de 1300 pedidos de credenciamento de imprensa, além da transmissão ao vivo por tv, rádio, internet, etc., a forma incrível como os governistas não explicam as acusações formuladas, manifestando-se com a performance sem fundamento, justificada em um arrazoado repetitivo que chega a ter momentos ridiculos..
Incapazes de explicar a popularidade de Dilma, uma das menores na história republicana; a situação de infra-estrutura e a governabilidade inexistentes, transformaram a Petrobrás na empresa mais devedora do mundo; a reprovação das contas da União no TCU; a crise econômica, o déficit publico, o aumento acelerado do desemprego, os desmandos da maquina publica e dados como o de hoje – as vendas do comércio no primeiro trimestre tiveram a maior queda desde 2001.
Sessão segue e vai longe (foto Pedro França/Divulgação Agência Senado)
Despachando pela manhã no Palácio do Planalto, Dilma assinou 14 decretos para o Diário Oficial da União (DOU), em assuntos diversos, naquele que pode ter sido a ultima relação do seu governo. Retirou a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Casa Civil da Presidência, devolvendo para o Ministério do Planejamento, contemplou assuntos como implantação da TV Digital, regulação de instituições de ensino superior, regulamentação da atribuição de exploração de aeroportos pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e Infraero, situação jurídica de estrangeiro no País, Código Brasileiro de Aeronáutica
À tarde foi para o Alvorada onde segue acompanhando até o final o resultado da votação no Senado. Antes de deixar o Planalto, gravou video para ser levado ao ar pelas redes sociais logo após receber a notificação do seu impedimento por 180 dias.
Os ministros do governo Dilma – exceção do presidente do Banco Central – serão demitidos assim que for recebido o comunicado oficial com o resultado da votação no Senado.