Vieram à tona alguns dos motivos pelos quais Isela Constantini decidiu deixar a direção da Aerolinas Argentinas. Em uma carta dirigida aos funcionários da empresa, após classificar este ano como ‘fantástico e intenso’, e se referir à companhia como um ‘espaço de pleno potencial’ e em tom amável, expressou agradecimentos.
Mas, nos bastidores, foram reconhecidos os atritos com o ministro de Transportes, Guillermo Dietrich – pela questão financeira da companhia – e algum tipo de pressões externas que motivaram a inesperada decisão. Na questão da negociação salarial de Aerolineas e Austral, que nos acordos deste ano estiveram com 35% a 46% em aumentos, bem acima de outros acordos sindicais com o governo.
Ministro dos Transportes da Argentina, um dos homens fortes do governo Macri
Dietrich também forçou a saída do diretor de Recursos Humano, Daniel Maggi, ex LAN, que estava com a nova gestão iniciada por Isela. Já foi designado para o seu lugar, Juan Uribe, nome de estreita confiança do ministro.
Um segundo ponto é que aá se tinha como certo a posição contrária da ex-presidente e que ela iria questionar a audiência do dia 27/12, onde vai se debater o ingresso de novas empresas no mercado aéreo argentino.
O ex-presidente da Aerolineas, Mariano Recalde, da era Cristina Kirchner, foi um dos primeiros a sair em defesa de Isela. Via redes sociais, manifestou seu descontentamente com o que ocorreu, dizendo que Constantini representou em linhas gerais a continuidade do que vinhamos fazendo à frente da Aerolineas, sua saída representa uma mudança de rumo, com medidas que serão vantajosas para as empresas vinculadas ao governo e prejudicarão a Aerolineas em sua desvinculação aerocomercial.
Em entrevista sobre a saída de Isela e a posse de Mario Dall’Acqua como novo presidente, o vice chefe de gabinete, Mario Quintana, reafirmou que o governo impulsiona uma política reguladora (não do tipo céu aberto) e que ‘o melhor que tem que fazer a Aerolineas Argentinas é competir’, referindo-se a outras empresas que estão chegando no mercado .
Temos que entender que Aerolineas é uma empresa de todos os argentinos, a serviço dos argentinos e não pude ter os argentinos como contestadores. Todos queremos um melhor serviço aéreo. “O melhor para todos é que a AA seja uma empresa forte, competitiva e sem requerer subsídios públicos.”