A Abesata (Associação Brasileira de Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo) lançou nesta sexta-feira, 6 de maio, o Panorama 2016 (Panorama dos Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo no Brasil), uma publicação bianual que tem como objetivo traçar um perfil do mercado de serviços de ground handling no Brasil. Nesta segunda edição, 2014-2016, o potencial do mercado foi avaliado em R$ 3,8 bilhões, levando em conta os serviços auxiliares realizados pelas próprias companhias aéreas (serviços internalizados), pelos operadores de aeródromos e pelas chamadas Esatas (empresas auxiliares do transporte aéreo).
Deste montante, R$ 1,2 bilhão correspondem à participação das Esatas, cerca de 31% do mercado. De 2014 para 2015 houve um crescimento de 25% no faturamento bruto. A justificativa para este aumento está na alta dos custos operacionais e na elevação dos custos com pessoal. Abastecimento de combustíveis e lubrificantes não entram neste montante.
O número de voos ao longo de 2015 se manteve estável, mas as empresas passaram a assumir novos custos com a mão de obra. Ao todo, as Esatas empregam 31.885 pessoas, o que representa uma queda de 3,4% em relação a 2014, quando o quadro era de 32.995. Entretanto, no período entre 2013 e 2015 foram gerados mais de 3 mil novos empregos. Os gastos com pessoal em 2015 somaram R$ 695 milhões.
O Panorama 2016 revela também que cerca de 70% das operações de uma companhia aérea regular contam com a participação de uma Esata. O percentual vem se mantendo constante desde o início do levantamento em 2013. No ano passado, foram 1,3 milhões de operações na aviação comercial (70% do volume total) e 20% das operações da aviação geral (165 mil operações). Em todo o mundo, as companhias aéreas transferem mais de 50% das operações em solo para empresas especializadas (Esatas).
“Vemos um enorme potencial de crescimento para as Esatas, pois a fatia dos serviços que hoje elas abocanham vai crescer e chegar à média mundial”, disse Ricardo Aparecido Miguel, presidente da Abesata. Ele lembra ainda que as empresas de serviços auxiliares são fundamentais para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade do transporte aéreo, já que cuidam dos serviços de atendimento aos passageiros, segurança, proteção, transporte de bagagem e outros. “O impacto direto na qualidade das Esatas atinge a pontualidade das companhias aéreas, ganho de produtividade e atendimento, orientação e hospitalidade de passageiros e tripulantes, saúde e conforto de passageiros e tripulates e a segurança de voo”, resumiu.
Recentemente, a entidade comemorou com Azul e Gol, eleitas as melhores companhias aéreas no prêmio Aeroportos + Brasil. A Azul venceu na categoria check in mais rápido e a Gol na restituição de bagagem. No caso da Gol, por exemplo, a participação das empresas auxiliares representa 100% das operações.
A maior área de atuação das Esatas, de acordo com o Panorama 2016, é relacionada aos serviços operacionais, 54% do setor, serviços comerciais representam 34% e os serviços de natureza de proteção, 12%. O Panorama 2016 revela que entre os serviços mais prestados pelas Esatas estão movimentação de carga (57%), atendimento à aeronave (52%) e limpeza de aeronaves (32%) e atendimento e controle de embarque e desembarque de passageiros (32%).
Além dos estudos referentes ao segmento de ground handling do ponto de vista econômico, foi feita uma pesquisa com os trabalhadores do setor. Entre os dados mais interessantes está a surpreendente participação feminina, 43%, contra 57% de homens. A rotatividade da mão de obra, 21% tem menos de um ano de empresa, 63% entre 1 e 5 anos, 14% estão entre seis e 10 anos na mesma companhia. Apenas 2% tem mais de 11 anos de empresa. A pesquisa com os trabalhadores do setor revelou também que 63% se sentem mais competitivos com a qualificação profissional recebida.