Um anuncio surpreendente, no mínimo, mas que bem significa a força que a industria turistica tem, e de modo crescente. A Coreia do Norte, um dos mais fechados regimes militares do mundo, anunciou que planeja construir complexos turísticos envolvendo torres de apartamentos e hotéis no sudeste do país, em um projeto de grande envergadura para atrair investimentos internacionais.
O projeto seria na zona industrial da de Wonsan-Geumgangsan, na costa sudeste norte-coreana, e envolveria um valor equivalente a quase US$ 200 milhões, segundo informa o portal oficial da agência Naenara.
O regime de Kim Jong-un, pretende, com esta abertura, atrair investimento estrangeiro para financiar o projeto, com o qual pretende converter a costa do país em um destino turístico de primeira classe, capaz de atrair milhões de visitantes, embora o comunicado não apresente prazos para complementares para tal
O plano contempla uma transformação radical do centro da cidade de Wonsan, com um complexo de apartamentos de dez torres, um hotel de três estrelas, um complexo de eventos e congressos, grandes armazéns e centros de compra, um conjunto polidesportivo e um restaurante internacional.
Na periferia da cidade, ainda dentro da zona exclusiva designada para o complexo turistico, é planejada a construção de um hotel de luxo de cinco estrelas, um segundo complexo financeiro e outro de escritórios, espaços de investigação científica, um centro internacional de exposições e uma biblioteca, de acordo com a agencia estatal.
A Coreia do Norte, sofre uma crise económica desde os anos 1990, e agora passa a considerar o turismo como importante fonte de rendimentos. No poder deste o final de 2011, Kim Jong-un tem mostrado esforços para promover a região do sudeste do país com projetos como a estância de ski de Masik, inaugurada em janeiro de 2014.
Porém, esta intenção agora demonstrada, terá muitas dificuldades a nível internacional. As últimas sanções do Conselho de Segurança da ONU impõem um forte bloqueio financeiro ao pais.
O Conselho aprovou, em março, uma resolução em resposta ao quarto teste nuclear e lançamento de um `rocket` espacial com tecnologia de mísseis balísticos nos dois meses anteriores.
A resolução contempla, entre outras medidas, fortes limitações no comércio e sanções contra bancos e ativos, o que na prática afasta a Coreia do Norte do sistema financeiro internacional.