E não faltam motivos e atrações para conhecê-lo
Se o Panamá fosse uma carta de baralho, ele seria um Coringa. E o título aí em cima literalmente quer dizer isso. Se viajei demais nas palavras, deixe-me aterrissar para explicar melhor. Vamos começar de novo.
Imagine que estamos, você e eu, parados, diante do mapa-múndi. Aos poucos deixamos o Brasil e movemos o olhar para o alto. Ao tentarmos equalizar o Norte com o Sul das Américas, saber exatamente onde começa uma e termina a outra, voltamos a atenção para uma pequena, uma estreita faixa de terra. Geograficamente ela une e dá começo, meio e fim ao Continente Americano. Mais ainda, esta pequena e estreita faixa de terra divide 2 oceanos. Do lado esquerdo está o Pacífico e, à direita, o Mar do Caribe, ou das Caraíbas, que faz parte do Atlântico.
Nessa estreita e pequena faixa de terra está o Panamá. Inversamente proporcional ao seu tamanho, a sua abrangência é global. O país se tornou mundialmente conhecido graças a uma obra de engenharia e logística grandiosa que criou um canal – o Canal do Panamá – ligando o Atlântico ao Pacífico. Hoje, o Panamá é também reconhecido por suas praias espetaculares, pela exuberante natureza tropical, pelos seus tesouros arquitetônicos e históricos e lojas livres de impostos. O país se tornou uma atração e um ponto de parada tanto para o viajante que vai aterrissar em uma das Américas, a negócios, quanto para o turista que viaja de férias pelo continente.
O Panamá está literalmente no centro do globo terrestre. E no universo das viagens, não importa se o roteiro é de lazer, negócios, eventos, estudo, diversão ou compras: no meio do caminho, lá está o Panamá, um Coringa que dá um upgrade a qualquer viagem. E como o que menos importa é o motivo, vamos dizer adeus ao mapa-múndi e prepararmos para aterrissar no país.
Aterrissando no Panamá
O portão de entrada do Panamá é o Aeroporto de Tocumen, que fica na Cidade do Panamá. Quando você estiver prestes a pousar na capital do país, com certeza dentro de um avião da Copa Airlines, tente acompanhar a aterrissagem da janela para ver, do alto, a configuração da mais importante cidade panamenha. Primeiro é o alto mar, azul-turquesa e cristalino que nos dá as boas-vindas. Salpicado de embarcações de todos os tamanhos, é possível imaginar que aqueles navios cargueiros estão prestes, ou acabaram de atravessar o Canal do Panamá.
O avião perde altitude e a cor da água fica mais turva, quando os manguezais começam a jogar um verde denso sobre o azul. De repente, o skyline da cidade rouba a nossa atenção. A impressão é que os arranha-céus de cores e formas exóticas brotaram no meio da floresta tropical. Ali está o Centro Financeiro da Cidade do Panamá. A linha do horizonte vai se aproximando com mais rapidez até que nos vemos deslizando sobre as esteiras rolantes do Aeroporto Internacional de Tocumen. Panamá, aqui estamos nós.
Cidade do Panamá, aqui estamos nós
A Cidade do Panamá é muito mais do que o aeroporto onde a Copa Airlines aterrissa para conectar os viajantes a centenas de destinos espalhados pelo mundo. Vale a pena incluir no roteiro alguns dias na capital, para conhecer um pouco da história local e, obviamente, visitar os grandes shoppings e o comércio variado que pratica ótimos preços.
Marcada pela combinação de prédios futuristas com construções centenárias, em sua grande maioria restauradas, a Cidade do Panamá tem personalidade e histórias muito próprias. Para conhecer algumas, faça um tour de reconhecimento começando pelo Centro Histórico. E basta cinco minutos caminhando pelas ruas da capital para você se lembrar das aulas de geografia do colégio. Sim, o Panamá tem um clima tropical: quente e úmido. Leve água para se hidratar durante o passeio, que vale a pena.
A República do Panamá tem uma população de quase 4 milhões e meio de habitantes. Destes, pouco mais de 1 milhão e meio moram na capital. Na linguagem do povo Guna (pronuncia-se Kuna), Panamá significa um local rico em árvores, borboletas e peixes. Desde sempre a natureza é reconhecida como tesouro nacional. Metade do país é coberto por florestas tropicais e esta terra já foi moradia de piratas e saqueadores. No século 17, um desses piratas, o inglês Henry Morgan, armou um ataque à Cidade do Panamá, mas os espanhóis preferiram destruí-la a deixar que o pirata a saqueasse.
O Centro Histórico, tombado pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade é conhecido como Casco Antiguo ou Casco Viejo. Em 2014 toda a região passou por uma completa e detalhada restauração, o que deu vida nova ao local. Restaurantes inovadores, como o Fonda Lo que Hay, deram alma aos até então vazios edifícios coloniais. Alguns quarteirões a frente, o ritmo de salsa deu ritmo e alegria aos espaços antes abandonados e agora completamente restaurados. O renascimento do Casco Viejo é evidente. Ele transparece na fisionomia dos visitantes e principalmente dos nativos, orgulhosos pelo resultado do tão esperado projeto.
Já as ruínas de Panamá Viejo foram tombadas pela UNESCO e são o que restou do projeto original da cidade. Localizada em um parque, a cerca de 15 km do Casco Viejo, Panamá Viejo data do início do século 16 e é o mais antigo assentamento europeu na costa do Pacífico das Américas.
Outro Patrimônio da Humanidade panamenho está localizado no lado caribenho do país. São as fortificações de Portobelo-San Lorenzo, exemplos da arquitetura militar dos séculos 17 e 18, tombadas pela Unesco em 1980.
Imprescindível é visitar o Canal do Panamá
Além do Casco Antiguo, imprescindível é fazer um tour pelo complexo do Canal do Panamá. Só assim você compreenderá a dimensão e o valor estratégico e logístico da obra. Inaugurado há pouco mais de 100 anos, o Canal do Panamá passou recentemente por uma importante ampliação para facilitar o trajeto global dos grandes navios cargueiros. O Canal recebe uma média de 50 navios diariamente e é uma atração espetacular, rica em informações e cheia de curiosidades.
Os navios que atravessam o canal fazem fila para passar por compartimentos onde a água sobe ou desce, de acordo com a rota do navio. Esses compartimentos são chamados de eclusas e o nível da água precisa subir ou descer, porque o Canal do Panamá está localizado a 26 metros acima do nível do mar. É diante de uma dessas eclusas, a de Miraflores, que está instalado o Centro de Visitantes. O lugar tem amplos espaços abertos e fechados, de onde as pessoas podem observar a eclusa acumulando ou escoando água, para que o navio da vez prossiga viagem. O processo é demorado e por isso há toda uma infraestrutura para deixar os visitantes bem acomodados e relaxados. Restaurante com vista para a eclusa, lojinha de souvenir e museu fazem parte dessa infraestrutura.
Aliás, existem 2 museus dedicados ao Canal do Panamá. O 1º fica na eclusa de Miraflores. Vídeos e encenação teatral mostram detalhes sobre a sua construção que ocorreu entre 1904 e 1914. Do próprio museu é possível observar a passagem dos navios pela eclusa. E na lojinha do museu você encontra de livros a pequenas lembranças para marcar a visita. E o Museu do Canal está localizado próximo a Praça da Catedral, em Casco Viejo. Ele ocupa um prédio do século 19. O museu conta a história da criação do canal, do país e do povo panamenho. Além do acervo permanente, o visitante vai encontrar mostras temporárias e itinerantes.
E já que falamos em museus…
O Biomuseo, como o seu nome diz, tem como tema a biodiversidade. O prédio foi projetado pelo renomado Frank Gehry, o mesmo arquiteto que concebeu outros consagrados museus como o Art Gallery Ontario, em Toronto e o Guggenheim em Bilbao. Nas 8 galerias, o visitante terá uma visão colorida e diversa da história biológica do Panamá; do surgimento do território, há cerca de 3 milhões de anos, até o seu impacto atual sobre o meio ambiente.
Hora de fazer compras
Mesmo investindo no turismo, restaurando a grande maioria de suas construções e monumentos históricos, inaugurando resorts sensacionais e hotéis luxuosos, oferecendo bons restaurantes e passeios onde o visitante pode estar em contato com espetaculares cenários naturais, o Panamá ganha o brasileiro pelo bolso, melhor dizendo, pelas compras.
A Cidade do Panamá ficou famosa pelo tamanho de seus shoppings, pela variedade de artigos vendidos e pelos preços baixos oferecidos. O maior shopping e o mais popular da cidade é o Allbrook Mall, com centenas de lojas de todos os tipos. Recentemente ele passou por uma expansão e ganhou um setor de lojas com marcas, bem ao gosto do brasileiro.
Outro shopping central é o Multiplaza, um shopping moderno com muitas lojas, grifes de luxo, joalherias internacionais, cinemas e terraço com restaurantes. Próximo ao Aeroporto Internacional de Tocumen está o MetroMall, que oferece transporte gratuito para quem está de passagem pelo Panamá, esperando apenas sua conexão para decolar.
Já as lojas com produtos mais requintados estão localizadas na Rua Espanha, ou Via España. Finalmente, a Zona Franca de Colón também faz parte do tour de compras pelo Panamá. Hub do comércio mundial, com mais de 2 mil lojas, é um dos maiores portos livres do mundo.
Ninguém pode deixar a Cidade do Panamá sem fazer uma foto do El Tornillo
El Tornillo, ou Parafuso, em bom português, é como um dos famosos arranha-céus da Cidade do Panamá passou a ser popularmente chamado. Localizado no Distrito Financeiro, ao lado de outras vertiginosas construções, o seu formato impressiona. Ele foi erguido a partir de blocos de concreto armado e andares de folhas de vidro verde empilhados como “peças” independentes umas das outras. Vale fazer a foto.
Programe-se para conhecer as belas praias do país
Por causa da sua localização geográfica, o Panamá tem 2 litorais, o do Atlântico e o do Pacífico. E por ser um território pequeno, é fácil acessar os 2 litorais em uma única viagem. A luxuriante vegetação dos trópicos é uma atração muito procurada pelos viajantes que buscam o contato com a natureza combinado com a prática de esportes mais ou menos radicais.
Isla Grande está a 50 km da Cidade do Panamá. Para chegar até lá é preciso embarcar em um dos botes-táxis, que ficam atracados na praia de La Guaira. Com águas transparentes, esta joia do litoral caribenho é considerada um refúgio de final de semana pelos panamenhos. Sua vila tem casinhas de madeira instaladas sobre palafitas. Pequenos restaurantes são administrados pelos próprios pescadores e o acolhimento é espontâneo e natural.
O cinematográfico arquipélago de Boca del Toro, no litoral do Atlântico, próximo a fronteira com a Costa Rica, é outro lugar fantástico para quem gosta de praias desertas e águas limpíssimas. Suas areias são de cor dourada e o arquipélago é cercado por recifes de corais. Ele é um habitat das tartarugas marinhas e é considerado um santuário natural. Em Boca del Toro, o viajante encontra praias ainda selvagens, com vegetação crescendo logo atrás da limpa faixa de areia. Em alguns pontos, correntes e ventos se unem e criam locais perfeitos para os surfistas. Em outras faixas do litoral há estrelas do mar forrando o fundo do oceano, criando uma verdadeira constelação marinha.
Boca del Toro guarda recantos de rara e exclusiva beleza. Ele é um destino com uma infraestrutura básica, com um resort, alguns lodges ecológicos e pousadas. Em outras palavras, Bocas é para viajantes que buscam o melhor da natureza, sem muito contato com a civilização.
E quem quer praias cinematográficas, daquelas de fazer qualquer um suspirar, precisa visitar San Blas. As praias do arquipélago estão entre as mais belas do planeta. As quase 400 ilhas que formam o arquipélago de San Blas não estão abertas para o turismo de massa, mas há algumas praias do arquipélago, desertas e com águas azul-turquesa e areia branca e fina que podem ser apreciadas como uma dádiva da natureza.
Além de ser um Coringa que faz brilhar qualquer viagem, o Panamá tem todas as qualidades para ser o destino principal das suas próximas férias.