Ele que já foi o maior avião do mundo, decola agora numa viagem com destino à aposentadoria
Dizer adeus ao Boeing 747 deve fazer parte do roteiro de quem visita Seattle, nos Estados Unidos. Se você é fã de tecnologia ou de aviação então, essa é uma despedida obrigatória. Quem aterrissa em Seattle, seja qual for o propósito da viagem, precisa visitar o Museu e a fábrica da Boeing. Seattle, afinal de contas, é sinônimo de Boeing, que é sinônimo de aviação, que é sinônimo de viagem. E eu aproveito esse looping de palavras para retornar ao passado, numa viagem que começa com uma história de pescador.
O Boeing 747 nasceu de uma pescaria
A paisagem selvagem do Alasca foi o cenário de uma conversa entre 2 pescadores que falavam sobre… aviões.
– Se você construir, eu compro, disse um deles.
– Se você comprar, eu construo, respondeu o outro.
E assim foi concebido o Boeing 747, o Jumbo, ou Jumbão, como muita gente no Brasil, passou a chamar essa máquina voadora que, no resto do mundo, ganhou um outro apelido = Queen of the Skies = A Rainha dos Céus. Graças ao Boeing 747, viajar virou uma atividade mais democrática, muito mais ampla e praticamente sem limites.
Embarcando na Era de Ouro da Aviação (até o momento)
Há cerca de 30 minutos do centro de Seattle, em Everett, está a fábrica do talvez mais conhecido modelo de avião do mundo, cujo último equipamento, o de número 1.574, acaba de ser entregue, fechando assim, uma Era de Ouro da aviação. Quem visita a fábrica e o Museu da Boeing se vê diante de uma vitrine de curiosidades. São dados técnicos interessantes sobre diversos tipos de equipamentos e máquinas. É ali que o visitante descobre que, construir um avião, como o Boeing 747, é como montar um quebra cabeça com 6 milhões de peças.
O sucesso do Boeing 747 pode ser medido com números reais
Com o último 747, o de número 1.574 saindo da fábrica, outros números começam a fechar. A matemática dos pousos e decolagens nos mostram que esses 1.573 aviões transportaram ao longo de meio século mais de 6 bilhões de pessoas. O percurso é equivalente a quase 150.000 viagens de ida e volta até a lua.
E seguindo no vácuo dessa aposentadoria há uma mensagem positiva. Se nós, seres humanos, fizemos uma máquina deste tamanho vencer a força da gravidade, existe a esperança de que possamos vencer também a gravidade da mudança climática!