A Houmas House e a Whitney Plantation mostram os 2 lados de um mesmo período do Sul agrícola dos Estados Unidos
Diário de Viagem, 4 de outubro de 2018
A minha viagem pela Trilha dos Direitos Civis começou a ganhar esboços mais consistentes na Louisiana. Eu cheguei ontem à cidade de Jackson, entrando no Mississippi, mas preciso contar o que vi no caminho até aqui.
Como o seu próprio nome diz, a Trilha dos Direitos Civis é um percurso marcado pela história da criação do respeito e da dignidade entre os seres humanos. Antes, porém, havia a escravidão, o km zero desta trilha. A escravidão era um padrão legal e completamente aceito, na época. No território norte-americano, esta prática teve início no século 17 e a norma vigente permitia que um ser humano prevalecesse sobre outro de maneira brutal.
O Km Zero da Trilha dos Direitos Civis
No caminho entre Baton Rouge (LA) e Jackson (MS), visitei 2 plantations. Este é o nome dado aos grandes latifúndios de terra dos séculos 17, 18 e 19 nos Estados Unidos.
Este é um momento da história norte-americana que se assemelha muito à brasileira. Nessas fazendas se plantava basicamente uma única espécie de produto agrícola, sempre utilizando a mão de obra escrava.
Bagagem histórica e cultural ao longo do caminho
O período da escravidão, dos grandes latifúndios e dos magnatas agrícolas está muito bem retratado nesses 2 latifúndios que visitei. São atrações de real valor histórico e cultural e recomendo o tour para todos os turistas que visitam cidades como Baton Rouge e New Orleans. De fácil e rápido acesso, as fazendas estão bem próximas das 2 cidades. O passeio é belíssimo e a bagagem cultural que o visitante irá adquirir, nem se fala.
Houmas House retrata a opulência dos magnatas agrícolas
Houmas House, o primeiro latifúndio, mostra a opulência de uma era. A fazenda é, mais do que uma mansão, um palácio. O novo proprietário fez um trabalho de restauração digno de um museu e é possível imaginar como viviam os poderosos barões do açúcar desta região.
Whitney Plantation é o retrato da escassez e do sofrimento dos escravos
Mais impressionante é a visita a Whitney Plantation. De todas as plantations que conheço, ela é a única a mostrar a história a partir da vida do escravo. E este retrato foi feito com muita sensibilidade, o que torna a visita memorável.
Além das cabanas originais, onde os escravos viveram, a fazenda tem instalações artísticas de forte impacto e um memorial para as centenas de milhares de seres humanos que foram trazidos à força, da África para a América, e ali morreram.
Através de uma pesquisa apurada foi possível encontrar o nome de quase a totalidade dessas mulheres, homens e crianças, e homenagear um a um, com seus nomes escritos em pedras de granito negro.
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