Poucas viagens são tão ricas quanto esta, que começa em Moscou e segue, no icônico trem, até mergulhar no Círculo Polar Ártico Russo
É fim de noite de domingo e a Estação Leningradsky, em Moscou ganha um colorido especial, graças ao embarque do Expresso Luzes do Norte. Os passageiros que seguem pela Plataforma 1 são os mais aguardados. Eles embarcarão na 1ª saída de temporada do trem Northern Lights Express.
A viagem promete encantar até os viajantes mais experientes. O roteiro percorre, com conforto e boa logística, algumas das mais belas paisagens russas. O ápice da viagem será alcançar o Círculo Polar Ártico russo, para fazer várias caçadas à Aurora Boreal.
Embarque na Estação Leningradsky
De volta à Plataforma 1 da estação ferroviária de Moscou, o ambiente é de festa e muita empolgação. Já é possível ver o reluzente trem à espera dos passageiros. Os comissários de bordo, postados em frente a porta de cada vagão, deixam a cena mais imponente.
Uma banda de música começa a tocar, saudando os viajantes com clássicos do cancioneiro russo. Vindos de todas as partes do mundo, eles agradecem a recepção dançando, filmando, tirando selfies e celebrando o início de viagem a bordo do icônico trem.
O clima é tão caloroso que os passageiros nem se dão conta de que estão caminhando sob uma temperatura abaixo de zero. Enquanto isso, pequenos flocos de neve despejam magia sobre o cenário já encantador.
Surpresas e Muito Conforto a bordo
A bordo do Expresso Luzes do Norte os viajantes são surpreendidos pelo extremo conforto da estrutura. As cabinas são espaçosas e novas. Na mesa de cada cabine, flores e uma cesta com frutas + chocolates + água mineral + espumante dão as boas vindas ao hóspede. Grandes janelas mostram detalhes da estação lá fora.
A Reportagem TRAVEL3 ficou em uma cabine categoria Gold, a melhor do Expresso Luzes do Norte. É justamente esta que sugerimos aos viajantes brasileiros. Espaçosa e com uma otimização de espaço inteligente, tem como diferencial o banheiro privativo com chuveiro.
Moderno, com box, ótima iluminação, espelhos, piso aquecido e amenities da linha L’Occitane, proporciona ainda mais conforto e privacidade ao hóspede. As cabines Gold têm uma mesa com dois sofás, sendo que um deles se transforma em cama, após a arrumação noturna. Há uma cama beliche, no caso de hospedagem para duas pessoas.
Há ainda um armário de bom tamanho onde são guardados os casacos, botas e as roupas usadas a bordo. As cabines têm ar condicionado e TV que praticamente não são ligadas. Ninguém quer trocar a maravilhosa paisagem, vista através das grandes janelas, por um programa qualquer.
Trem oferece estrutura e serviço de hotel 5 estrelas
Existem cabines de outras categorias, exatamente iguais, mas sem chuveiro. Isso significa ficar 2 noites sem tomar banho, na viagem de ida + 1 noite sem tomar banho, na viagem de volta. Tudo bem, é algo que uma caixinha de lenços umedecidos pode resolver. Entretanto, um chuveiro faz muita diferença para quem quer viajar com mais conforto.
O Expresso Luzes do Norte tem vagões específicos para diversas atividades = restaurante + bar + lounge + palestras + entretenimento e shows musicais. O hóspede tem uma variada agenda a bordo e entre uma e outra programação aprecia a paisagem em constante transformação, rumo ao norte do país.
O carro restaurante é muito bonito, assim como o lounge do trem. As refeições servidas estão incluídas no preço da passagem, são completas e bem típicas. O café da manhã é farto e variado. O almoço e jantar têm entrada, uma sopa, um prato principal e a sobremesa. As bebidas são cobradas a parte.
A sugestão para a viagem ficar ainda melhor é adquirir um chip de celular para manter sua conexão com o mundo.
De Apatity a Kirovsk, com os olhos bem abertos
Depois de 2 noites dormindo na deliciosa cama de uma cabine aconchegante, experimentando uma culinária rica e típica, chegamos em Apatity no final da madrugada. A logística do desembarque foi rápida o suficiente para vermos o sol nascer já a caminho de Kirovsk, que fica a apenas 30 minutos de distância.
Durante o percurso, feito de carro, deu para entender que já estávamos pertinho do Polo Norte. A natureza é de uma beleza exótica, radical para o brasileiro. É neve cercada de neve por todos os lados. Ao fundo é possível avistar florestas de pinheiros e casinhas coloridas, mas tudo parece mergulhado numa imensidão branca.
A permanência no hotel foi apenas o tempo necessário para fazer o check-in e tomar o café da manhã. Sair para descobrir a cidade é tudo o que o turista quer e a experiência será garantidamente inesquecível. Se eu comparar a temperatura ambiente com a de um freezer, que é de 20 graus negativos, posso dizer que Kirovsk estava mais quentinha.
Já se comparar a temperatura da cidade ao de um congelador de geladeira, que é de 8 graus negativos, a cidade estava (2X) mais gelada. Por isso é preciso ficar muito atento e levar na mala – ou comprar na chegada a Moscou – o guarda roupa correto para enfrentar as baixas temperaturas. O uso de roupas adequadas é imprescindível para deixar a viagem agradável. O 1º passeio em Kirovsk foi um teste para o guarda roupa dos viajantes.
Descubra uma Aldeia de Neve, em Kirovsk
A aldeia é um pequeno parque temático, todo feito de neve, com esculturas fantásticas em seu interior. Elas foram confeccionadas em neve ou esculpidas em grandes blocos de gelo, pelos artistas locais.
As peças retratam a história, os costumes, a geografia, fauna e flora da região. Há ainda imagens de personagens da mitologia Russa. Se o tempo estiver bom, sem nuvens no céu, a sugestão é visitar o mirante de Kirovsk, onde está localizada uma estação de esqui. E para o viajante que curte conhecer mais da cultura local, vale fazer uma visita rápida ao Museu de Kirovsk.
O 1º dia de caçada a Aurora Boreal
Depois do jantar, os viajantes se preparam para a 1ª caçada a Aurora Boreal. Para ver o fenômeno, é importante uma conjunção de fatores. O céu não pode estar nublado e a temperatura deve estar bem baixa.
Lugares ermos, sem iluminação, são os melhores locais para observar o fenômeno. Ver as Luzes do Norte brilhando e dançando na escuridão não é uma atividade garantida, afinal, trata-se de um fenômeno da natureza.
A caçada aconteceu às margens de um grande lago congelado e como havia nevado o dia inteiro, a noite ainda estava nublada. Mesmo não tendo visto a luzes boreais o passeio foi incrível e curioso. Sobre o lago congelado, alguns jovens nativos faziam um “piquenique noturno”, bebiam vodca e davam cambalhotas sobre as placas duras de gelo. Uma exótica maneira de se divertir, principalmente para um observador vindo dos trópicos.
No dia seguinte, antes do sol nascer – que no inverno acontece nesta região por volta das 9h30, pegamos a estrada rumo a Murmansk.
O Caminho até Murmansk = Conto de Fadas
O percurso de 220 km, já dentro do Círculo Polar Ártico ligando Kirovsk a Murmansk é inesquecível. Em muitos trechos, a estrada + as árvores + a paisagem do entorno estavam completamente cobertas de neve. Nas palavras do próprio motorista russo que me trouxe até aqui, parecia que tínhamos entrado em um conto de fadas.
Visita a uma aldeia do povo lapão
Para acrescentar mais surpresas à viagem, paramos no caminho para conhecer uma aldeia do povo lapão. Nativos do ártico, os lapões se espalham por países como a Finlândia, Suécia e Noruega. Na Rússia, a população de lapões é de aproximadamente 1.700 pessoas e eles se concentram na Península de Kola, que fica nessa região.
Os Lapões recebem os visitantes com muita hospitalidade, mas de uma maneira muito séria. A impressão que o turista tem é a de participar de um cerimonial de boas-vindas.
Depois das saudações iniciais, os anfitriões nos levam até o seu rebanho de renas – animal intimamente ligado à cultura do povo. Cercado por renas de todos os tamanhos e idades, somos convidados a alimentá-las. Em seguida nos apresentam à sua matilha de cães da raça Husky Siberiano e nos mostram como brincar com eles.
A visita continua e chegou a vez de conhecer as habitações típcias, praticamente idênticas às dos nativos da América do Norte, como o povo Sioux, por exemplo. E com as First Nations do Canadá, eles também constroem totens para se proteger dos maus espíritos.
A visita terminou com um almoço incluiu clássicos da culinária dos lapões = sopa de peixe + batata cozida + carne de rena + ervilhas + arroz. Para beber, um chá de uma espécie nativa de cogumelo. Tudo muito simples e autêntico.
Pegamos novamente o caminho para Murmansk sentindo que conhecer novas culturas e costumes + experimentar novos sabores está na verdadeira essência do viajar.
Tour em Murmansk = Monumentos + Museus
Maior cidade do Círculo Polar Ártico russo, Murmansk é também um importante porto do país. Durante o inverno se torna estratégico, já que o porto de São Petersburgo, no Mar Báltico, se mantém congelado durante a maior parte da estação.
Mesmo estando dentro do Círculo Polar Ártico, o mar de Murmansk não congela. O motivo são as águas quentes do golfo que sobem até o extremo norte do planeta.
Murmansk é uma das cidade-herói da Rússia. Ela recebeu este título pois foi crucial na batalha contra os nazistas, na 2ª Guerra Mundial. Durante o conflito foi completamente destruída pelos bombardeios alemães. Apenas 2 casas permaneceram de pé. Ela tem apenas 100 anos e é o retrato da era soviética, já que foi reconstruída na década de 1950.
Severa é a palavra que usaria para descrever Murmansk. O frio extremo + a arquitetura circunspecta + os cidadãos sempre vestindo pesados agasalhos provocam esta visão. Entretanto, longe de ser negativa, a sensação do viajante é de admiração, pela força e perseverança dos cidadãos de Murmansk.
Um passeio imperdível em Murmansk é o tour ao navio quebra-gelo. Batizado de Stalin, ele foi o primeiro quebra-gelo nuclear do mundo. Aposentado no porto de Murmansk virou um curioso e rico museu. O tour dura cerca de 90 minutos e durante este período é possível visitar as instalações do navio + saber muitas histórias + curiosidades.
Imperdível também é subir até o mirante onde está o monumento ao Soldado Alyosha. Batizado com o nome de um dos combatentes, representa todos os soldados que combaterão no Ártico.
Aurora Boreal à Vista!
Eu vi a minha 1ª Aurora Boreal! Confesso que ela foi avistada de um jeito fora do convencional, o que fez a história ser ainda mais fenomenal, digna de um fenômeno celestial que 10 entre 10 viajantes listam para conhecer.
Era quase 1h da manhã do 2º dia de caçada às Luzes do Norte. Imersos na escuridão, em um canto remoto da periferia de Murmansk, estávamos todos a postos. O céu ainda estava bem nublado e eu já não acreditava que conseguiríamos flagrar a tão aguardada Aurora. Bateu aquela vontade de voltar para o meu quarto, quentinho, de hotel. Mas foi aí que a Ana, a espetacular guia russa que fala um português perfeito, me deu esperança.
– Claudia, não desista agora; veja, o céu está abrindo.
E estava mesmo. Eu foquei num ponto mais escuro, vi algumas estrelas e uma nebulosidade diferente. Os fotógrafos, os viajantes de vários países do mundo que participavam daquela caçada e eu, começamos a fotografar. A olho nu não se via nada. E como não queria iluminar o ambiente, não abri as imagens daquele céu estranho na tela da máquina digital.
Só ao chegar ao hotel e descarregar as fotos no computador é que vi, ali estampada, uma luz verde, inconfundível. Era a Aurora Boreal!
A Aviatrix é a representante no Brasil do Expresso Luzes do Norte
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