
Empresas buscam apoio para superar os impactos da crise da Covid-19
Em meio à pandemia de Covid-19 e ao menor número de viagens, as companhias aéreas lidam com a queda abrupta de receitas. Nesse contexto, a IATA pede que os governos mantenham as medidas de apoio ao setor aéreo, e que ajudem as empresas a sobreviver à próxima temporada.
Segundo a associação, as companhias devem registrar perdas de US$ 84,3 bilhões em 2020; e por isso dependem do apoio dos governos. A ajuda financeira é igualmente importante durante os próximos meses, já que no inverno as operações dificilmente mantém um lucro significativo.
Em 2019, por exemplo, as companhias europeias registraram um lucro líquido de 9% no 1° trimestre e 17% no 2° e 3° trimestres – correspondentes ao verão no hemisfério norte. Em contrapartida, o ano havia começado com prejuízo de 1%; e terminou com lucro líquido de apenas 2% no 4° trimestre.
Todos os dias, vemos mais pessoas viajando. Isso é bom para a economia. Os números estão se movendo na direção certa, mas não estamos perto dos níveis de atividade normais ou sustentáveis.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
4 medidas de apoio destacadas pela IATA
São 4 as áreas de apoio governamental destacadas pela IATA.
Em 1° lugar, a associação pede que seja estendida a suspensão da regra 80-20 ou perda do direito de uso de slot das diretrizes de aeroportos internacionais. Assim, as companhias podem desfrutar de maior flexibilidade no planejamento das atividades.
Havia boas razões para suspender a regra 80-20 no verão. As autoridades devem usar o mesmo bom senso novamente e suspender a regra para a temporada de inverno. As companhias aéreas precisam se concentrar em atender ao que os consumidores querem hoje, sem tentar defender os slots necessários para a sua malha daqui um ano.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
O 2° ponto que a IATA pede é suporte financeiro contínuo dos governos ao setor, para evitar que as empresas se endividem ainda mais. Em alguns países, são adotadas medidas como o subsídio a operações domésticas e a suspenção da cobrança de taxas aeroportuárias.
Além disso, a IATA pediu a extensão dos subsídios salariais acompanhada da redução de impostos corporativos – como o VAT + impostos sobre venda de passagens. De acordo com a associação, essas medidas permitem uma recuperação mais rápida das empresas; e reduzem o número de demissões.
Por fim, a IATA pede que seja evitado o aumento de encargos e taxas; em especial de aeroportos e prestadores de serviços.
As medidas de ajuda financeira ainda são desesperadamente necessárias. E as medidas de ajuda em diretrizes e políticas, como suspensão da regra de uso de slots, permanecem um ponto crítico. Os governos precisam conceder essa ajuda até o fim de julho, no mais tardar, para fornecer pelo menos essa certeza a esse setor tão afetado pela crise.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
Viagens após a pandemia
Em uma pesquisa realizada no início de junho de 2020, os viajantes indicaram que a retomada das viagens não será imediata; e que, consequentemente, as companhias ainda enfrentarão dificuldades ao longo dos próximos meses.
No estudo, 45% dos entrevistados indicaram intenção de voar alguns meses após o controle da pandemia, enquanto 36% afirmaram que pretendem esperar ao menos 6 meses. O resultado indica uma piora em relação aos dados de abril; quando 61% afirmaram que voltariam a voar alguns meses após a pandemia e 21% responderam que esperariam cerca de 6 meses.
Além dessa pesquisa, mais dados indicam que a retomada das viagens aéreas não será imediata. De acordo com a IATA, em relação a junho de 2019, o número de reservas registra queda de 82%. Já as reservas antecipadas para viagens de longa distância para a primeira semana de novembro de 2020 estão 59% abaixo dos níveis normais.
A incerteza também leva os passageiros a reservarem passagens às vesperas das viagens. Em maio, por exemplo, reservas feitas com antecedência de 20 dias ou mais foram apenas 29% do total – número 49% menor do que em 2019.
As pessoas estão voltando a voar, mas a incerteza associada à crise da COVID-19 está se estendendo. As reservas antecipadas caíram e as pessoas estão esperando e reservando mais perto da data da viagem.
As companhias aéreas do hemisfério norte dependem de uma forte temporada de verão e de uma curva previsível de reservas para compensar os meses de inverno. Mas esse não é o contexto atual, então as companhias aéreas precisarão de ajuda contínua dos governos para sobreviver a um inverno difícil.
As empresas aéreas precisarão de muito mais flexibilidade para planejar suas rotas de acordo com as tendências dos consumidores em constante mudança. Nessa situação atual, flexibilidade financeira e operacional significa sobrevivência.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA






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