
Pesquisa mostra que há interesse em viajar, mas medo de contaminação
Em sua mais recente pesquisa, a Associação Internacional de Transporte Aéreo = IATA avalia as preocupações de viajantes em relação a viagens aéreas em tempos de Covid-19. De acordo com a associação, os resultados indicam que há interesse em viajar; mas o medo de contaminação no trajeto é um desestímulo à retomada.
Tanto nas aeronaves quanto nos aeroportos, os turistas apontaram algumas preocupações recorrentes. Como resultado, 58% dos entrevistados afirmaram ter evitado viagens aéreas – e 33% disseram que continuarão a evitar viagens no futuro.
Principais preocupações dos viajantes
Nos aeroportos, 59% dos viajantes apontaram preocupação em estar em um veículo lotado a caminho da aeronave. Além disso, 42% têm receio em relação a aglomerações em filas; e 38% têm apreensão em usar o banheiro dos aeroportos.
Já nas aeronaves, a principal preocupação dos viajantes – citada por 65% dos entrevistados – é sentar-se ao lado de alguém que possa estar infectado. São, ainda, 42% os que temem ir aos sanitários a bordo; e 37% os que têm receio em respirar o ar da cabine.
Medidas de segurança devem estimular a confiança dos viajantes
Solicitados a citar as 3 principais medidas para que se sentissem mais seguros, 37% dos entrevistados mencionaram testes de Covid-19; enquanto 34% concordaram com o uso obrigatório da máscara facial e 33% sugeriram distanciamento social nas aeronaves.
Além disso, 43% dos viajantes colocaram-se à disposição para passar por medições de temperatura; 42% para usar máscara durante a viagem; 39% para fazer teste de Covid-19 antes de viajar e 38% para higienizar a área do assento.
Nesse sentido, de acordo com a IATA, os planos de retomada do setor atendem às principais preocupações e demandas dos viajantes.
As pessoas estão claramente preocupadas com a Covid-19 quando viajam.
Mas também se sentem tranquilas com as medidas práticas que estão sendo adotadas pelos governos e pelo setor de acordo com as orientações do documento Take-off, desenvolvido pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
Essas medidas incluem o uso de máscaras, a introdução de tecnologia sem contato nos processos da viagem e medidas de triagem. Isso nos diz que estamos no caminho certo para restaurar a confiança nas viagens.
Mas isso vai levar tempo. Para atingirmos o efeito máximo, é fundamental que os governos implementem essas medidas globalmente.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
Qualidade do ar na cabine
Segundo a IATA, é importante que o setor aéreo esclareça algumas dúvidas e preocupações recorrentes entre os viajantes.
Esse é o caso, por exemplo, da qualidade do ar: 57% dos viajantes acreditam que o ar da cabine é perigoso por não saberem que os filtros HEPA proporcionam um ambiente mais limpo que a maioria dos locais fechados.
Todo o ar da aeronave é trocado por ar fresco a cada 3 minutos, e os filtros retiram de circulação 99,999% dos germes; incluindo o coronavírus.
Distanciamento social a bordo
A IATA mantém posição contrária ao distanciamento social nas aeronaves. De acordo com a associação, o uso de máscaras + a circulação de ar na cabine – do teto para o chão – limitam a propagação de vírus ou germes.
Não é segredo algum que os passageiros têm preocupações com o risco de transmissão a bordo, mas eles podem ficar tranquilos com os vários recursos antivírus integrados do sistema de fluxo de ar e a disposição dos assentos voltados para frente.
Nenhum ambiente está livre de riscos, mas poucos são tão controlados como a cabine da aeronave. E precisamos garantir que os viajantes entendam isso.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
Perspectivas para a retomada
Enquanto em abril 61% dos viajantes afirmavam que viajariam poucos meses após o controle da pandemia, esse número é agora de 45%. Tamanha queda não indica uma falta de vontade em viajar; mas sim que existem obstáculos à retomada imediata, tais como dificuldade financeira + medo de contaminação + preocupação com quarentena.
Esse último caso foi apontado por 85% dos entrevistados como um obstáculo – e apenas 17% deles relataram que estariam dispostos a ficar em quarentena.
A quarentena acaba com a demanda. Fronteiras fechadas prolongam a dor, causando dificuldades econômicas que vão muito além das companhias aéreas.
Se os governos desejam retomar as atividades dos setores de turismo, devem tomar medidas alternativas baseadas em riscos. Muitas dessas medidas estão incorporadas às diretrizes do documento Take-off da OACI, como exames antes da viagem para desencorajar pessoas sintomáticas a viajar.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA