Falta de um vacina para a Covid-19 já preocupa escolas de samba e setor do turismo
Enquanto o número de casos de Covid-19 no Brasil continua aumentando, já existe a preocupação de que o Carnaval 2021 venha a ser impossibilitado pela pandemia. A demora na elaboração de uma vacina e a permanência das restrições a aglomerações são ameaças à festa; que movimentou, apenas em atividades turísticas, cerca de 8 bilhões de reais em 2020.
A incerteza já preocupa as escolas de samba do Rio de Janeiro, que tiveram de cancelar alguns eventos indeterminadamente. Já foram suspensos a feijoada da Portela e os encontros para a escolha do samba enredo da Mangueira. Ao mesmo tempo, ainda é incerta a captação de recursos para desfiles e blocos. Enquanto isso, na Bahia, o governador Rui Costa, do PT, já cogita o cancelamento das atividades do Carnaval de 2021.
Hoje a arrecadação é zero, os eventos promovidos pelas escolas e os ensaios em quadra, grandes fontes de receita para as escolas, estão cancelados. O que fazer com as despesas das escolas de samba, que incluem folha de pagamento; e, caso se confirme a festa, como arrecadar recursos?
Marcelo Guedes – Coordenador da Plataforma De Estudos Do Carnaval da ESPM Rio
O eventual cancelamento do Carnaval de 2021 também é preocupante pois implicaria a queda na arrecadação de impostos, na criação de vagas e no faturamento das cadeias do turismo e do comércio. No entanto, mesmo que o evento ocorra, é certo que alterações deverão ser feitas.
Em uma possível realização do evento, poderá haver uma diminuição do tamanho das escolas e da produção de adereços e alegorias, que representam um forte percentual das despesas.
Marcelo Guedes – Coordenador da Plataforma De Estudos Do Carnaval da ESPM Rio
Corrida por uma vacina para a Covid-19
Em todo o mundo, pesquisadores continuam na busca pelo desenvolvimento de uma vacina em tempo recorde. Por isso, ainda não é possível determinar a viabilidade de um Carnaval em 2021 – principalmente em um momento de ascensão da curva de infectados e de prolongação da quarentena em vários estados.
O processo normal para se colocar uma vacina no mercado leva de 3 a 15 anos. Como há uma força tarefa de instituições públicas e privadas de muitos países, alguns especialistas acreditam em uma vacina antes do fim do ano, outros no prazo de 1 a 2 anos.
Flavia Teixeira – Bióloga do World Mosquito Program = WMP no Brasil
Há a esperança de que, com o sucesso nas pesquisas, o Carnaval de 2021 possa ser semelhante ao de 1919. Na ocasião, a festa ocorreu 1 ano após o início da gripe espanhola; que também foi acompanhada por medidas de distanciamento e quarentena.
Com as devidas diferenças entre as 2 pandemias e todas as transformações na sociedade, o Carnaval de 1919 foi uma festa de redenção e comemoração. A gripe foi, inclusive, tema de inúmeras marchinhas.
Carolina Ficheira – Pesquisadora da Plataforma De Estudos Do Carnaval da ESPM Rio