E é o portão de entrada dos ecoturistas que querem conhecer a cachoeira do Tabuleiro
Conceição do Mato Dentro é um patrimônio de Minas Gerais que o Brasil e muitos mineiros ainda não conhecem. Talvez por vivermos entre montanhas, nós mineiros, buscamos expandir os nossos horizontes. Adoramos apreciar a linha simples dos oceanos e as paisagens diferentes das nossas. E entre as explorações que fazemos, seja pelo Brasil ou ao redor do mundo, acabamos esquecendo que, no meio deste cenário de curvas e ondulações onde vivemos, se escondem atrações surpreendentes.
E sempre quando penso nas belas atrações de Minas Gerais, me lembro da história de uma suíça – a Anna Maria – que nos anos 1970 resolveu descobrir um trecho do interior mineiro fazendo a pé, uma caminhada de 150 km. Seu ponto de partida foi a cidade de Conceição do Mato Dentro. De carro, de Belo Horizonte, são aproximadamente 160 Km de viagem. Conceição do Mato Dentro é uma cidade que simboliza o tradicional interior de Minas e é o ponto, no mapa de um Circuito Turístico, com outras cidadezinhas e vilas ao redor.
Casas com arquitetura de época; igrejinhas coloniais caiadas de branco; coretos nas praças e ruas calçadas de pedra; paisagismo tradicional e bem cuidado. Conceição do Mato Dentro é tudo isso e ainda é sinônimo de pastel de angu e de culinária regional e é o portão de entrada dos ecoturistas que querem conhecer a famosa cachoeira do Tabuleiro.
Minha 1ª viagem inesquecível por Conceição do Mato Dentro foi justamente quando conheci a cidade. Eu ainda me lembro do percurso sinuoso da estrada. Um cenário mais espetacular que o outro ia surgindo depois de cada curva da estrada, até chegar a Conceição. Me deparei com uma cidade de urbanismo simples, mas organizado, com praças floridas e ritmo tranquilo. Depois dessa viagem retornei várias vezes, sempre acrescentando uma novidade ao roteiro.
Já saí de Conceição, a pé, por uma trilha até chegar à Cachoeira do Tabuleiro. Me hospedei numa das pousadas locais e durante 4 dias peguei uma trilha diferente, por baixo ou pelo alto, sempre para alcançar essa que é a mais alta cachoeira de Minas Gerais. Numa outra vez, misturei viagem de carro, a pé, e a cavalo para visitar os vilarejos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Foram 10 dias apreciando a natureza, batendo papo com os moradores, gastando as energias com atividades gratificantes para o corpo e para a alma e abrindo o apetite para comer muito bem. À noite, chegava na pousada, tomava um banho e caía naquele sono profundo que acrescenta qualidade ao descanso. Minha viagem terminou no Serro, e me hospedei na pousada da Anna Maria, uma suíça que caminhou 150 km, de Conceição do Mato Dentro até o Serro, se apaixonou com o que viu e resolveu viver na região.