A Indústria do Turismo testa novas tecnologias que vão mudar a maneira como nós viajamos
Leitor Viajante, eu sabia que algum dia teríamos de falar sobre o tema. E este dia chegou. Neste exato momento estão sendo criadas ou aperfeiçoadas ferramentas que irão mudar a maneira como viajamos. E essas mudanças acontecerão em um futuro não tão distante. Então vamos começar.
Imagine você, à espera do seu voo quando, de repente, os painéis do aeroporto começam a conversar com você:
– Olá, Claudia, seu portão de embarque vai ser o 9.
– Claudia, obrigada por voar com a Companhia X.
– Que tal uma Coca-Cola agora, Claudia?
– Seja bem-vinda à esta cidade, Claudia!
Este diálogo deixou de ser ficção e em alguns poucos aeroportos do mundo já se tornou realidade. Para ser mais exata, é pura realidade paralela = metaverso. Esse é o tipo de tecnologia que começa a ser testada pela Indústria do Turismo. Protótipos desses painéis já estão em funcionamento. Um deles, por exemplo, está em um terminal do Aeroporto de Detroit, nos Estados Unidos. Os passageiros que ali desembarcam recebem dos telões, informações personalizadas.
Essa tecnologia está ancorada em uma tela onde cada pixel que a compõe projeta, ao mesmo tempo, milhões de feixes de luz em diferentes direções. Em paralelo, essas novas telas têm uma outra tecnologia de rastreamento. Na prática, elas conseguem detectar onde está este ou aquele viajante para, assim, projetar alguns daqueles milhões de raios de luz na direção do olhar daquele viajante específico. Esses raios de luz vão escrever na tela, o nome daquele passageiro e as informações de voo referentes a ele. É mais ou menos como aqueles quadros que a gente vê nos museus, em que os olhos da figura parecem estar nos seguindo o tempo todo.
Essa é uma tecnologia que vai ajudar as pessoas? Provavelmente. Essa é uma tecnologia que nos remete à distopia do Big Brother? Certamente.
Hotelaria investe em aplicativos metaverso que ajudarão os hóspedes a sentir um hotel antes de fechar a reserva
Mais avanços tecnológicos estão sendo testados, desta vez na indústria hoteleira, mudando radicalmente a maneira como o hóspede escolherá o seu hotel no momento de fazer uma reserva. Para entender a amplitude da mudança, vamos voltar ao passado, mais exatamente na década de 1990, antes do advento da Internet. Naquela época, na hora do cliente escolher um hotel, os agentes de viagem apresentavam a ele um catálogo gigantesco. Era basicamente um livro tão grande e pesado quanto os livros da biblioteca do professor Dumbledore, visto nos filmes do Harry Potter. Este catálogo continha informações de quase todos os hotéis registrados do mundo. Aí veio a internet e o resto virou história.
Agora, os viajantes não satisfeitos com uma foto ali, um videozinho aqui, querem experimentar, antes de hospedar, as sensações que terão neste ou naquele hotel. Daí os pesados investimentos que o setor hoteleiro já começou a fazer usando a tecnologia de realidade virtual e os aplicativos metaverso. Em uma pesquisa recente feita pela Oracle, 30% dos viajantes frequentes responderam que gostariam de explorar virtualmente o hotel antes de concluir uma reserva.
Inserir o conceito de metaverso pode ser um grande avanço e provavelmente o viajante vai se sentir bem mais seguro ao fazer uma reserva. Resta saber se ao chegar ao hotel, o viajante vai desembarcar na mesma realidade a qual experimentou virtualmente.