Neve, vinhos e cultura explicam a alta histórica e consolidam o Brasil como principal mercado emissor
O turismo brasileiro no Chile bate recorde e mantém um ritmo de crescimento em 2025. Em 2024, mais de 787 mil brasileiros visitaram o país, um aumento de 62% em relação ao ano anterior e o maior volume já registrado. A expectativa é ultrapassar 800 mil visitantes este ano, mantendo o Brasil como o principal mercado emissor de turistas estrangeiros.
Além do volume, os brasileiros também lideram em gasto médio, com US$ 103,3 por pessoa ao dia. A estada média é de 7,4 noites e julho segue como o mês mais movimentado, por causa da temporada de neve. A maioria dos turistas (62,1%) tem entre 25 e 44 anos, com destaque para a faixa de 30 a 34 anos. Cerca de 53,5% viajam em casal, o que reforça o apelo romântico das experiências chilenas.
Santiago concentra visitantes, mas destinos alternativos crescem
Santiago permanece como principal destino, recebendo 90,5% dos brasileiros. Mas destinos como San Pedro de Atacama (13%), Viña del Mar (3,2%) e Valparaíso (2,4%) ganham espaço. Regiões como o Lago Llanquihue, Vale do Aconcágua, Arica, Antofagasta e Iquique aparecem como alternativas para quem já conhece os roteiros clássicos.
As motivações incluem neve, vinhos, gastronomia, compras e tours culturais. A diversidade de atrações consolida o Chile como destino completo para diferentes perfis de viajantes.
Mais cidades brasileiras ganham voos diretos
São Paulo lidera a origem dos turistas (47,7%), seguida por Rio de Janeiro (11%), Belo Horizonte (5,5%), Curitiba (5,4%) e Brasília (4,2%). A malha aérea mais distribuída tem contribuído para o crescimento. Entre 2019 e 2024, aumentou o número de cidades brasileiras com voos diretos ao Chile. Além das rotas já conhecidas, Curitiba e Fortaleza passaram a ter ligações diretas. Já Brasília, Salvador e Recife retomaram voos em 2023.
Do lado chileno, Concepción e Iquique se somaram a Santiago, La Serena e Antofagasta como destinos com voos internacionais ativos.

Brasil mantém protagonismo em novo ciclo de crescimento
Se mantiver o ritmo atual, o Chile deve receber entre 5,7 e 6,1 milhões de turistas estrangeiros até o fim de 2025, superando os números pré-pandemia. O Brasil segue como principal mercado, e o desafio está em diversificar os destinos promovidos.
“Se conseguirmos manter o mesmo patamar do ano passado, já será positivo. O desafio é apresentar regiões do Chile que não são conhecidas pelos brasileiros”, afirma Verónica Pardo, subsecretária de Turismo do Chile.
Política pública contribui para expansão das rotas
O Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), lançado pelo governo brasileiro, também impulsiona o movimento. O projeto piloto da Embratur investiu R$ 3,3 milhões para captar 70 mil assentos em voos internacionais para a temporada 2024/2025. Neste ano, R$ 63 milhões foram disponibilizados para estimular a criação de novas rotas, ampliação de assentos e promoção internacional.