Tecnologia 3D amplia acesso e fortalece a conservação ambiental do destino
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG) abriga cerca de 1.480 cavernas identificadas, mais de 80 sítios arqueológicos e diversas pinturas rupestres datadas entre 500 e 11 mil anos. Agora, visitantes podem explorar esse patrimônio sem sair de casa. O projeto “Vivências 3D: uma imersão em realidade virtual no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu” disponibiliza uma experiência interativa, acessível para crianças, pessoas com mobilidade reduzida e aqueles que não podem visitar o local presencialmente. A iniciativa recebeu apoio e financiamento do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav).
O coordenador do ICMBio/Cecav, Jocy Cruz, destacou que a proposta busca desenvolver programas socioeducativos permanentes para estimular a conscientização ambiental e garantir a conservação dos ambientes cavernícolas. “As pessoas precisam conhecer para preservar. Compreender a importância dessas áreas fortalece a conservação ambiental“, afirmou Cruz.

O espeleólogo e idealizador do projeto, Alexandre Lobo, explicou que a iniciativa tem duas frentes principais. A primeira está relacionada à conservação: a digitalização de áreas sensíveis evita impactos ambientais provocados pela visitação massiva, como pisoteio e alteração do microclima das cavernas. A segunda frente é a acessibilidade, permitindo que pessoas com mobilidade reduzida ou sem possibilidade de viajar conheçam o parque virtualmente.
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
Criado em 1999, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu abrange os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, no norte de Minas Gerais. O local abriga três biomas brasileiros: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. A unidade de conservação possui relevância científica em diversas áreas do conhecimento.
O parque pode se tornar Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO. Em dezembro de 2024, o comitê responsável pela candidatura apresentou um relatório sobre o local. O documento foi traduzido para o inglês, ilustrado e protocolado junto à UNESCO em 1º de fevereiro. Se aprovado, o pedido será submetido à plenária da organização para votação ainda neste ano.
Expansão do projeto para outras cavernas brasileiras
O projeto “Vivências 3D” também contempla o Parque Nacional da Furna Feia (RN) e seu entorno. Em parceria com o Laboratório de Geomorfologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), o ICMBio/Cecav realiza o imageamento 3D de cavernas da região.
Uma expedição realizada em setembro de 2024 percorreu as cavernas Furna Feia e Furna Nova, na unidade de conservação potiguar, e o Abrigo do Letreiro, que abriga pinturas rupestres. O projeto busca ampliar pesquisas não-invasivas, documentar atributos espeleotêmicos sensíveis e promover o turismo virtual.
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