
Luis Paulo Dyundi Yamaguchi, gestor de marketing da rede hoteleira, conversou com a Reportagem TRAVEL3 e fez o balanço de um ano no qual, definitivamente, a adversidade não foi hóspede dos empreendimentos da rede.
TRAVEL3: Dyundi, desde que você assumiu o marketing da Laghetto no começo de 2016, está participando e vendo a empresa passar por uma radical transformação e crescimento. Tudo acontecendo numa velocidade incrível, não?
Luis Dyundi: Sim, com certeza. Nosso plano estratégico de crescimento vem desde 2010, embora tenha sido nos últimos dois, três anos que iniciamos verdadeiramente uma expansão. Só este ano tivemos um crescimento de 70% em número de apartamentos – e num ano de crise. A Laghetto Hotéis está seguindo no sentido contrário ao das reclamações, expandindo a marca para fora do Rio Grande do Sul. Acabamos de colocar nossa bandeira em um hotel no Rio de Janeiro. Fechamos uma parceria estratégica – o patrocínio do time do Grêmio, um dos maiores clubes de futebol do Sul do Brasil. Estamos apostando num crescimento a nível nacional.
T3: E eu te pergunto: como, num momento de crise, a Laghetto consegue crescer 70%?
LD: Nós somos uma administradora hoteleira que cresce graças à confiança que os investidores depositaram em nós. Os investidores acabam procurando a Laghetto, por saberem que somos uma empresa honesta, correta, sempre pagando em dia os investidores e procurando dar a eles o melhor retorno. Além de receber bem os nossos hóspedes e tratar bem os nossos colaboradores, a Laghetto é conhecida por remunerar bem os investidores.
Outro diferencial que nos destaca é o DNA da Serra Gaúcha. O atendimento aqui é muito especial, mais próximo e caloroso. Costumamos trazer as equipes dos nossos hotéis fora de Gramado para conhecer a nossa cultura e, a partir daí, eles levam nossa filosofia e serviço acolhedor para os outros empreendimentos.
Este ano, além de abrirmos dois hotéis, colocamos nossa bandeira em dois outros: o anteriormente Mercure Manhattan, em Porto Alegre; e o Hotel Pestana, no Rio de Janeiro. Hoje, cada vez mais investidores passaram a confiar fortemente em nossa marca.

T3: Para os investidores são os números o que importa.
LD: Exatamente. Muitos investidores aplicam seu dinheiro em nossos empreendimentos em Bento Gonçalves, Gramado, Porto Alegre, no Rio de Janeiro; e eles acabam conversando, trocam ideias, procuram-nos e nos dão essas oportunidades de administração. Mesmo em um ano difícil, continuamos a enxergar uma perspectiva de crescimento e levamos nossos negócios além das expectativas. Particularmente, aqui em Gramado, tivemos um mês de julho que foi um dos melhores da história da cidade, não apenas para a Laghetto, mas para os hoteleiros em geral.
T3: Por que?
LD: Acredito que a economia começa a aquecer. As pessoas estão voltando a investir no lazer, estão precisando de descanso e buscam qualidade de vida. Outro ponto é o dólar, que continua alto e faz os turistas procurarem viagens nacionais. No empreendimento do Rio de Janeiro, no qual investimos bastante, temos a consciência de que o mercado está mais difícil do que no restante do país, mas ainda assim apostamos, pensando no nosso plano de expansão.
T3: Imagino que o hotel do Rio seja uma estratégia para médio e longo prazo.
LD: Exatamente. Sabíamos que a ocupação não seria como a que temos aqui em Gramado. No ano passado, fechamos com 76% de ocupação em Gramado. Lá no Rio, nossa média é de 35%, menos da metade, mas tínhamos consciência de que assim seria.
T3: Era um risco calculado.
LD: Exatamente.
T3: Este ano, a Laghetto acrescentou dois hotéis ao seu portfólio e inaugurou mais dois.
LD: Sim. No primeiro semestre, trocamos a bandeira de dois hotéis e colocamos a nossa. No segundo, inauguramos em setembro e outubro, respectivamente, um hotel em Gramado e um, em Canela: o Laghetto Stilo Borges, com 128 apartamentos, localizado bem no coração de Gramado, a uma quadra da Rua Coberta; e o Laghetto Vivace Canela, com 125 apartamentos, o nosso primeiro hotel na cidade, onde a previsão é inaugurarmos mais dois empreendimentos. A Vivace é a nossa bandeira de saída, mais econômica, mas o Laghetto de Canela é bem estruturado e muito bem localizado, próximo à Catedral de Pedra.
T3: Você consegue traçar um perfil comum entre os clientes da Laghetto?
LD: A Laghetto é uma rede conhecida pelo lazer, com um público familiar. Agora, com a expansão, acrescentamos o público corporativo, com as bandeiras Vertice e Viverone. Então, não é possível traçar um denominador comum entre os nossos clientes. A bandeira Stilo é para um público classes AA e A, as outras bandeiras para o público classe B e também temos bastante público da classe C.
T3: Já falando em 2018, a expansão da Laghetto prevê outros estados?
LD: Sim. Estamos com projetos para aprovação em Florianópolis, Caldas Novas, Curitiba e São Paulo.
T3: Quantos funcionários trabalham hoje na rede?
LD: Estamos com aproximadamente 800 funcionários.
T3: E quantos apartamentos?
LD: Vamos fechar o ano com 1.757 e, nos próximos quatro anos, nosso plano é chegar aos 20 hotéis. Estamos sentindo a recuperação do mercado. Nossos números mostram isso e somos a prova de que, mesmo na crise, é possível crescer.