Ver em que equipamento irei embarcar será inevitável; não hospedar nos luxuosos hotéis é uma decisão consciente
Os aviões 737 MAX, da Boeing, continuam no chão dos aeroportos esperando o momento certo para novamente decolarem. Momento certo, para os Boeing 737 MAX significa segurança.
Depois dos 2 acidentes onde morreram quase 350 pessoas – o 1º com o Boeing 737 MAX da companhia Lion Air, da Indonésia e o 2º com o Boeing 737 MAX da companhia Ethiopian Airlines, da Etiópia – a fabricante norte-americana de aviões anunciou uma atualização no software das aeronaves. O motivo é a leitura equivocada do voo feita pelo software.
Explicando de uma maneira leiga, quando o avião voava na horizontal, ao software parecia que o equipamento estava com o bico apontado para cima, ou seja, como se estivesse subindo. Desta maneira o software consertava a posição do avião, colocando-o na horizontal. Só que, como o avião já estava, na realidade, na horizontal, o software fazia o bico do avião baixar, ou seja, levava o avião para um trajeto de colisão com o solo.
No Brasil, a GOL tem em sua frota aviões Boeing 737 MAX, equipamento que é hoje um dos mais vendidos em todo o mundo.
Depois da atualização do software, os pilotos das companhias farão treinamentos variados para entender as alterações e aí sim, os aviões serão liberados para voar novamente. A expectativa é que todo esse procedimento aconteça nos próximos 90 dias.
Ao contrário de muitos viajantes que adoram, seja por diletantismo ou por curiosidade saber qual o equipamento em que estão voando, eu nunca liguei para isso.
Mas daqui por diante, pelo menos para mim, ver qual o modelo do avião será um detalhe inevitável na hora de fazer a minha reserva.
Os hotéis da Dorchester Collection
Eu confio na Boeing, sei que ela terá sucesso em resolver as questões de segurança do Boeing 737 MAX e que, um dia, mesmo sem querer, me verei embarcando em um Boeing 737 MAX. O mesmo não acontecerá com os hotéis da famosa Coleção Dorchester. Minha decisão é apoiar o boicote às propriedades do grupo.
Fazem parte desta rede 9 hotéis verdadeiramente luxuosos. São eles: os hotéis Dorchester e o 45 Park Lane, em Londres; o Coworth Park, em Ascot, no Reino Unido; o The Beverly Hills Hotel e o Hotel Bel-Air, ambos em Los Angeles, nos Estados Unidos; o Le Meurice e o Hotel Plaza Athénée, em Paris, na França e os hotéis Eden, em Roma, e Príncipe de Savoia, em Milão, na Itália.
Todos esses 9 hotéis pertencem ao sultão de Brunei, um país da Ásia que acaba de aprovar uma lei que torna o sexo gay e o adultério puníveis com pena de morte por apedrejamento ou chicotadas.
Esta mesma lei que entrou em vigor pune o roubo com a amputação de mãos e braços.
A ideia do boicote partiu do ator George Clooney, um defensor dos direitos civis, cuja mulher Amal Clooney é uma advogada especializada na causa dos direitos humanos.
A ideia de Clooney não é deixar menos rico o sultanato de Brunei, mas fazer com que os bancos, as organizações financeiras e outras instituições se envergonhem de fazer negócios com a monarquia.
Existem alguns hotéis, destinos e atrações que, por posições ecológicas e humanitárias eu me recuso a visitar. E os hotéis da Coleção Dorchester passam agora a fazer parte desta lista. Viajar com consciência é se mostrar como um autêntico cidadão do mundo para deixá-lo melhor.