Durante visita ao Brasil, Alexandre de Juniac ofereceu sua visão sobre o setor no país
O CEO da IATA = International Air Transport Association esteve recentemente no Brasil e se reuniu com representantes do governo para falar sobre a aviação no Brasil. Ficou claro o peso que o Custo Brasil impõe a atividade.
Hoje o setor é responsável por gerar quase US$ 19 bilhões + 800.000 empregos no Brasil. A questão, porém, é que a aviação comercial brasileira poderia ter uma melhor performance, segundo a visão do CEO da IATA. A partir da experiência do executivo, a associação recomendou algumas tomadas de decisão para impulsionar a indústria no país.
Política de preços de paridade de importação para o combustível de aviação deve ser eliminada
90% do combustível de aviação consumido no Brasil é aqui produzido. Entretanto, seu preço é calculado como se fosse importado do Golfo do México, o que acaba onerando o valor do combustível. A situação se agrava com a falta de concorrência interna e o resultado é um custo adicional de US$ 300 milhões para as companhias aéreas que, obviamente, repassam ao consumidor. Uma das razões para o alto valor das passagens aéreas no Brasil.
Política de liberdade tarifária deve ser ampliada
Também segundo o CEO da IATA, a política de liberdade tarifária, via Resolução 400, que foi aprovada em 2016 não apenas deve ser mantida como ampliada. “A restrição dessa liberdade provavelmente causaria aumento de custos e menores opções aos consumidores”, declarou o executivo.
Nas conversas que tive em Brasília, enfatizei que as atuais políticas do governo estão prejudicando o país quanto aos potenciais benefícios econômicos e sociais que um setor saudável da aviação pode trazer. O alto custo de fazer negócios para nossa indústria no Brasil deve ser enfrentado. As melhorias na eficiência e capacidade do espaço aéreo devem continuar. E as leis de proteção ao consumidor do país devem estar alinhadas às melhores práticas globais. Se o governo puder trabalhar com o setor na formulação de políticas que apoiem essas mudanças fundamentais, a melhora na conectividade dará o impulso necessário às perspectivas para a economia do Brasil.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
Durante a visita de Juniac ao Brasil, a IATA divulgou seu estudo sobre o Valor do Transporte Aéreo no Brasil. A associação estima que a demanda global do setor vai dobrar nos próximos 20 anos e o Brasil precisa enfrentar os desafios atuais para melhorar sua política regulatória. Ainda segundo a visão da IATA, após as mudanças indicadas a expectativa é que o número de empregos do setor supere os 3 milhões até 2037 + contribuição de US$ 88 bilhões para o PIB do país + cerca de 500 milhões de passageiros por ano.