Tem muita gente que está curtindo este calor excepcional do inicio de ano, com um janeiro mostrando mais do que o sol a rachar e chuvas abertas e caudalosas – isto se estamos nos referindo ao Brasil, acrescentando ainda a seca secular que aflige o Nordeste. Em muitas regiões – e capitais como São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e o Rio de Janeiro tem sido assim, com o dia começando bem, esquentando por volta do meio dia e a sensação térmica crescendo aceleradamente, para depois desaguar no fim do dia. É um verão acelerado.
Mas, os resultados meteorológicos tem conflitado entre o quente e o frio de uma forma contundente. Pelo mundo, a Europa vive repentes do mais rigoroso inverno dos ultimos tempos.
Pois saiba que a temperatura média na superfície terrestre e oceânica em 2016 foi a mais alta desde 1880, continuando no terceiro ano consecutivo de recordes do aquecimento global, em relatório mostrado pela agência dos Estados Unidos para a atmosfera e os oceanos.
“Durante 2016, a temperatura média na terra e nos oceanos esteve 0,94 graus Celsius [ºC] acima da média do século XX” que foi de 13,9 ºC, diz a Administração Nacional para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA), no relatório anual sobre o clima global.
O ano passado foi o mais quente desde 1880, quando começaram os registos, e ultrapassou o último recorde, atingido em 2015. Além disso, cada um dos primeiros oito meses de 2016, até agosto, registraram as temperaturas mais elevadas. Pois até a metade deste janeiro também já está havendo a superação em relação ao ano passado aqui no Brasil e regiões tropicais.
O relatório da NOAA acrescenta que desde o início do século XXI o recorde de temperatura global anual aumentou cinco vezes – em 2005, 2010, 2014, 2015 e 2016.
A extensão de gelo oceânico nos polos continua em regressão e no Ártico, no inverno, houve a menor extensão pelo segundo ano consecutivo, enquanto na época do degelo foi a menor área desde que existem registros, com uma regressão semelhante à de 2007.
Na Antártida, no inverno, a extensão do gelo oceânico foi a décima mais baixa e no degelo houve o nono mínimo em termos de área coberta de gelo.
Para a Europa, 2016 foi o terceiro ano mais quente, depois do pico ocorrido em 2014 e do segundo lugar de 2015, ou seja, os últimos três anos tiveram as mais altas temperaturas dos últimos 107 anos.
O último mês do ano passado foi o terceiro dezembro mais quente desde 1880.
Pois no último inverno europeu, entre dezembro de 2015 e fevereiro de 2016, a temperatura média apresentou igualmente um recorde de alta que está sendo quebrado gradativamente neste ano.
Na superfície terrestre, em 2016, a temperatura ficou 1,43 ºC acima da média do século XX, o nível mais elevado desde 1880, ultrapassando, assim, o recorde anterior de 2015.
Nos oceanos, a temperatura ficou 0,75 ºC acima da média do século passado, e ligeiramente superior ao máximo anterior de 2015.
O Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, estabelecido em dezembro de 2015 e que entrou em vigor em 4 de novembro de 2016, estabelece compromissos da comunidade internacional para limitar o aquecimento global a um máximo de 2ºC acima dos valores médios da era pré-industrial.
Estudos científicos consideram que se a temperatura global aumentar para valores acim de 2ºC dos existentes antes da revolução industrial provocará alterações climáticas severas e irreversíveis.
A questão climática é um dos impactos incidentes dentro do Ano Internacional do Turismo para o Desenvolvimento Sustentavel cuja abertura foi feita hoje pela OMT.