Antes de completar um ano de gestão – seria em janeiro de 2017 – , Isela Constantini apresentou o seu pedido de demissão em caráter irrevogável. Deixa o comando da empresa aérea estatal da Argentina e será substituída por Mario Dell Acqua, segundo informes do Ministério de Transportes.
Hoje à tarde haverá uma coletiva na sede da companhia, no Aeroparque, em Buenos Aires quando a executiva (brasileira) deverá expor as razões da sua renuncia. Ela foi designada presidente da empresa convidada pelo presidente Mauricio Macrri e assumiu em janeiro deste ano.
Tinha compromissos com a melhoria de serviços e dentro de um prazo máximo de três anos tirar a Aerolineas do vermelho. Mas, neste ano, o déficit da empresa continua alto, mesmo com 7% a mais de passageiros transportados e apesar da revisão de custos e algumas medidas que criaram problemas no mercado, como a declarada guerra de comissões com os agentes de viagem.
Em sua derradeira entrevista como presidente, a executiva – de nacionalidade brasileira – ex dirigente da General Motors no Brasil e na Argentina, com o triplo comando da empresa no Uruguai e Paraguai – dizia de um panorama otimista para 2017, creditando um crescimento estimado de 12% de passageiros. Comemorava também o fato da companhia ter fechado o mês de novembro como a empresa de maior pontualidade (86,36%) do continente.
Entre os destaques da sua gestão, a renegociação da divida geral da Aerolineas e a aquisição de 20 novos aviões, anunciada nesta semana, com aquisição de Boeings 737-800 MAX.
Entre os assuntos comentados para a decisão de renuncia, na primeira baixa de importância no atual governo, atritos existentes com dois ministros, Guilhermo Dietrich, dos Transportes e Francisco Cabrera, da Produção Teriam a ver com alguns posicionamentos na relação de Isela com os sindicatos da Aerolineas – que envolvem 10 mil funcionários – e a chegada das empresas de low cost ao mercado aéreo do pais, a partir de 2017.
(Fotos / Divulgação / Telam)
O substituto Mario Dell Acqua, engenheiro industrial que tem 62 anos, vem com formação do Liceo Naval Almirante Brown, estudos em Harvard e máster no Instituto Tecnologico de Buenos Aires. Ocupou o cargo de diretor de projetos da Techint, antes de ingressar no governo onde dirigia até ontem a Transcargo .
Por coincidências de carreira, o novo presidente também teve carreira profissional com passagens pelo Brasil. Entre 2009 e 2011 foi diretor de investimentos da Ternium Brasil e entre 2012 e 2014 ocupou a direção de Mineração da Usiminas