Pela primeira vez a ITB – que encerra a edição 2017 neste domigo – teve uma abertura tão intensa para um segmento que é um dos emergentes bilionários do turismo mundal e que tem projeção de aumentar 25% em seu movimento durante a próxima década.
O turismo médio está em alta outra vez. Segundo recente estudo da Oxford Economics será uma das maiores demandas dos anos vindouros, fundamentado na busca cada vez maior de melhor qualidade de vida, além de alcançar uma classe média crescente em todo o mundo.
O envelhecimento da população é outro ingrediente neste mercado e a informação gerada através da moderna tecnologia sobre tratamentos avançados faz com que o chamado turismo médico esteja revitalizado em vários países, segundo Julie Munro, presidente da Medical Travel Quality Alliance.
“O turismo de saúde está longe de ser exclusivo de alguns países ou de se limitar a cidadãos e nações ricas, chegando cada vez mais a países menos caros”, esclarece .
Estados Unidos, Turquia, Tailândia, Cingapura, Espanha e Alemanha são alguns dos países aonde os turistas vão para escapar das longas listas de espera e acessar tratamentos que não estão disponíveis ou são caros demais nos seus países.
O turismo de saúde é mundial, este é um aspecto determinante. Na Alemanha, por exemplo, muitos cidadãos viajam até a à Polônia ou à Croácia para cuidados dentários mais em conta, mas há também muitos russos e habitantes da península arábe que vêm à Alemanha porque há hospitais de qualidade e cuidados que não têm em seus países”, disse Thomas Bömkes, diretor da agência Diversity Tourism, uma das coordenadoras do ITB para esta área.
A oferta de turismo de saúde é muito variada, incluindo tratamentos odontológicos, cirurgia estética, medicina reprodutiva, tratamentos de câncer ou doenças cardíacas, reabilitação e exames preventivos, entre outros.
A rede de clínicas oftalmológicas Worldeye (Dünyagöz), presente na Turquia, na Alemanha e, em breve, na Holanda, afirma que recebe por ano, 50 mil pacientes estrangeiros de 107 países. “Trabalhamos com agências (de viagem) e oferecemos pacotes completos”, diz o diretor Jacco Vroegop, das clínicas de Amsterdã e Frankfurt
Além do primeiro pré-requisito de profissionais de bom nível e instalações médicas de qualidade e boa infraestrutura, a segurança do país também é um critério para atrair os turistas de saúde.
Neste aspecto, vem aí um novo gigante para o setor. Uma aposta que começou há três anos concentrando-se em sete especialidades, começa a dar muito certo em Dubai. Já existem 42 centros médicos que priorizam o atendimento a pacientes estrangeiros.
“Lançamos uma estratégia, uma marca, a Dubai Health Experience, um site e um aplicativo móvel” com as informações oficiais, diz Linda Abdulla Ali, consultora do Medical Tourism Council de Dubai que informa um número superior a 300 mil viajantes no ano passado.
“Viajaram até Dubai para receber cuidados médicos, e 30% deles vinham de países árabes. “Nosso objetivo é atrair meio milhão de turistas médicos até 2020”, quando da Exposição Universal de Dubai, indica Linda
Outros países também começam a se lançar de modo estratégico neste setor, no qual o Brasil despontava de modo significativo entre os anos de 2009 e 2011 mas praticamente abandonou a promoção e os investimentos, embora conte com centros especializados em São Paulo, Porto Alegre, Goiânia e Recife.
Não seria o momento de voltar a olhar decisivamente para o Turismo Médico, com detalhamentos da Saúde e Bem Estar? Afinal, um turista que comprovadamente tem maiores gastos neste tipo de viagem é bem aquele que o turismo brasileiro necessita.