Depois de nove meses de meticulosa restauração, foi reaberto nesta semana um dos locais mais sagrados do cristianismo – a câmara funerária onde se acredita que Jesus Cristo foi sepultado. Agora está reaberto para a devoção de fiéis e visitantes, além do fluxo turistico.
A Edícula, no coração do bairro cristão da Cidade Velha de Jerusalém, teve reparos extremamente cautelosos. É uma pequena estrutura de pedra calcária e mármore construída no local identificado no século IV como o último lugar de descanso de Jesus após a sua crucificação.
O ambicioso projeto foi supervisionado pelo World Monuments Fund (WMF), enquanto Antonia Moropoulou da Universidade Técnica Nacional de Atenas liderou uma equipe interdisciplinar de especialistas e pedreiros que realizaram o trabalho.
“Esta é a primeira vez na memória moderna que removemos o mármore do túmulo e somos capazes de olhar para baixo e investigar a rocha original que, segundo a tradição cristã, recebeu o corpo de Jesus Cristo”, explicou Antonia.
Seis denominações da fé cristã compartilham deste espaço santo – a Igreja Franciscana (Católica), Copta, Etíope, Ortodoxa Síria, Armênia e Igreja Ortodoxa Grega. Na tentativa de manter a tutela neutra para o local de culto multi-denominacional, é uma família muçulmana quem mantém sob guarda as chaves para a Igreja do Santo Sepulcro por gerações.
No ano passado, três das comunidades – as igrejas franciscana, armênia e ortodoxa grega – foram capazes de deixar de lado seus conflitos para salvar o Edicula do colapso.
“Este é um momento histórico de colaboração entre as principais comunidades cristãs, e outras em todo o mundo, para garantir a preservação do único Santo lugar para o cristianismo, Theophilos III, patriarca grego ortodoxo de Jerusalém em uma coletiva quando do lançamento da operação.
Os remanescentes do túmulo de pedra cortada por Jesus estão encerrados dentro do Edículo, que fica no centro da principal rotunda da igreja. Ele foi profanado ou destruído pelo menos quatro vezes ao longo da história. A estrutura atual foi reconstruída por um arquiteto grego em 1810 após danos de fogo ao monumento.
A restauração foi concluída apenas algumas semanas antes da Páscoa, quando milhares de adoradores de todo o mundo são esperados para fazer a peregrinação a Jerusalém.
De acordo com o WMF, o custo total da restauração foi de 3,45 milhões de euros (pouco mais de US$ 3,72 milhões de dólares) utilizando doações de particulares, incluindo Mica Ertegun ,financiadora da WFM , que forneceu US $ 1,3 milhões para apoiar o projeto.
“Eu queria que as pessoas se unissem para preservar este lugar sagrado que é tão importante para todas as religiões ea restauração é extraordinária”, afirmou.
A WMF anunciou que uma segunda fase de restauração deverá começar ao longo do próximo ano para garantir “estabilidade estrutural de longo prazo do Edicule e para evitar danos da umidade no futuro”.
Organização privada sem fins lucrativos fundada em 1965 por indivíduos preocupados com a destruição acelerada de importantes tesouros artísticos em todo o mundo, a WMF comemora 50 anos, depois de orquestrar mais de 600 projetos em 90 países.
Atualmente patrocina um programa para a conservação do patrimônio cultural em todo o mundo. O World Monuments Watch , lançado em 1995, por ocasião do 30º aniversário do Fundo Mundial de Monumentos, tem como objetivo identificar os locais do patrimônio cultural em perigo e fornecer suporte financeiro e técnico para sua preservação.