BRASILIA – Acompanhada pela claque dos militantes, sem deixar saudades nos que ficaram na sede oficial do governo, a presidente Dilma Rousseff inicia sua transição de 180 dias afastada do cargo e com mínimas possibilidades de retorno após a tramitação do seu julgamento definitivo pelo impeachement.
Não é somente o Brasil que inspira uma oxigenação. No ambiente palaciano isto é visível
Dilma deixará o Palácio do Planalto, com um ato político. Está preparada uma cerimônia no gabinete presidencial, no terceiro andar pretende receber Lula, ministros, dirigentes petistas e parlamentares que a defenderam e ali deverá para assinar a notificação, a ser entregue pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, senador Vicentinho Alves (PR-TO).
Ants de deixar o Palácio, deverá fazer uma declaração à imprensa enquanto um vídeo já gravado estará sendo divulgado pelas redes sociais. Em seguida, sairá do Palácio do Planalto pela porta principal do prédio, no térreo, sem utilizar a rampa como chegou a ser cogitado. E voltará a se dizer vítima e injustiçada
Do lado de fora do palácio, movimentos sociais que apoiam o governo que se vai, farão nova manifestação.
Após os atos, a presidenta afastada do cargo seguirá, de carro, até o Palácio da Alvorada, residência oficial, onde deverá permanecer durante os 180 dias enquanto o Senado continuará a avaliação e julgamento, ai já sob uma orientação direta com o STF.
Dilma continuará ganhando o seu salário integral, residindo no Palácio da Alvorada e com a prerrogativa de ser assessorada por um pequeno grupo de pessoas que terá o assessor especial Giles Carriconde Azevedo como chefe da equipe, com fotográfo, assessor de imprensa, e outros mais, além dos serviçais.
A exoneração da equipe de Dilma, que será publicada nesta quinta-feira (12) no Diário Oficial da União, deve conter cerca de 700 pessoas. Além de ministros e secretários executivos, os assessores mais próximos e os secretários nacionais também deixarão seus cargos. Duas exceções: o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, que deve ser deslocado para a secretaria-executiva da pasta em razão dos preparativos para os Jogos Olimpicos.
Parte dos ministros vai solicitar à Comissão de Ética Pública da Presidência para seguir recebendo seus salários pelo período conhecido como quarentena, quando não podem desenvolver atividades relacionadas ao cargo anteriormente ocupado.
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