Foi uma semana intensa, nos trabalhos, experiências e atividades técnicas desenvolvidas pelos mais de 500 participantes. E que terminou com a aprovação de uma resolução para a vitivinicultura sustentável
Esta foi a primeira vez que o Brasil recebeu o principal encontro vitivinícola do mundo, o Congresso Mundial da Vinha e do Vinho. Foram seis dias onde Bento Gonçalves (RS) mais do que justificou sua fama como principal região produtora e capital brasileira do vinho, palco desta 39ª edição da conferência anual da OIV que reúne, associação que reune quase 50 paises produtores.
(foto/divulgação/Idovino Merlo)
‘Bento se transformou em Capita Mundial do Vinho” declarou o diretor-geral da OIV, o francês Jean-Marie Aurand, parabenizando a cidade pela acolhida, recepção e organização do evento. .Os 536 participantes de 32 nacionalidades movimentaram as sessões científicas no Centro de Convenções do Dall’Onder Grande Hotel. O tema Vitivinicultura: avanços tecnológicos frente aos desafios do mercado pautou as discussões através dos 351 trabalhos apresentados nas áreas de viticultura, enologia, economia e direito e segurança e saúde.
Houve a definição pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de encaminhar para publicação a regulamentação do uso de aditivos e coadjuvantes para elaboração de vinhos e diversas definições conjuntas entre organismos do setor para a implementação do cadastro vitivinícola nacional.
Na conclusão da programação técnica com a 14ª Assembleia Geral da OIV, foram estabelecidas 16 resoluções para o setor. Entre as proposições do fórum está uma sobre os cinco princípios da sustentabilidade aplicados à vitivinicultura.
A primeira diretriz é o da integração nos aspectos sociais, econômicos e ambientais. O segundo é respeito ao meio ambiente na escolha do lugar de implantação do vinhedo e vinícola, as gestões de solo, energia, água, resíduos e subprodutos, a preservação da biodiversidade e paisagem. A terceira reforça que a vitivinicultura sustentável é sensível aos aspectos sociais e culturais. No penúltimo princípio estabelece que a vitivinicultura sustentável pretende manter a viabilidade econômica por meio da eficiência e resiliência. O quinto e ultimo diz sobre as iniciativas sustentáveis, que requerem planejamento e avaliação, e envolvem o monitoramento, a valorização do conhecimento e a comunicação dos resultados para a sociedade.
A reformulação do plano de estudo para a formação do enólogo foi outro tema concretizado e estabelece, além de conteúdos de viticultura e enologia, disciplinas de economia, administração, direito, marketing e comunicação.
Seguindo a tendência mundial de diminuição no índice alcóolico nas bebidas, a Assembleia também permitiu que, por meio de práticas enológicas autorizadas, os vinhos possam ser reduzidos em mais 20% em seu teor de álcool.
A presidente da OIV, Monika Christmann, anunciou oficialmente que o México é o 47º país que passou a integrar a entidade e anunciou Sofia, na Bulgária, como sede da próxima assembleia mundial, 29 de maio a 02 de junho de 2017. O tema escolhido “Economia, educação e cultura”.
“Para mim, é um grande prazer agradecer o Brasil. Obrigada por nos receberem, por prepararem tudo. Sei que é um grande esforço, um grande trabalho conseguir fazer isso de forma maravilhosa. Fomos muito bem recebidos”, declara a presidente.
No ritmo de integração entre turismo e vinicultura, os congressistas também circularam pela região por meio de atividades artísticas e de visitas técnicas nas quase 50 vinícolas e no centro de pesquisa da Embrapa Uva e Vinho, constatando os atrativos de Bento no Enoturismo.
África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, China, Eslováquia, Espanha, França, Geórgia, Indonésia, Itália, Líbano, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Peru, Portugal, República Checa, Romênia, Rússia, Suíça, Tailândia, Turquia e Uruguai foram os países representados no Congresso que teve exatos 536 participantes.