Parece um sonho, mas é a praia de Itacarezinho (Fotos: Raul Coelho)
Itacaré não é só uma praia, são 14 delas, algumas praticamente desertas e cercadas de mata atlântica nativa. A cidade, a 65km de Ilhéus, na Costa do Cacau, está encravada numa das poucas reservas naturais que ainda resistem na costa do Nordeste. Há quem diga que lá está o mais belo conjunto de praias da Bahia, o que não é pouca coisa para um litoral com quase mil quilômetros de extensão.
O grande diferencial é a curiosa geografia da região. Ao contrário da maioria do Nordeste, que é dominado por litorais planos e longos a perder de vista, em Itacaré há muitos morros que formam pequenas enseadas. Há aquelas que, de tão pequeninas, nem aparecem nos mapas. A cidade é uma praia com “selo verde de qualidade” e perfeita para o ecoturismo.
Surfista curte a praia, só sua, antes de entrar no mar de Itacaré
A preservação das praias de Itacaré se deu em função das fazendas de cacau que floresceram na região a partir do fim do século 19. Mesmo com a praga do fungo vassoura-de-bruxa, que destruiu quase todas as plantações, muitas praias mantiveram-se protegidas da especulação imobiliária ao longo das décadas. Engenhoca, Havaizinho, Camboinha e Arruda se mantêm intocadas, como nos tempos dos coronéis. Quem as visita custa a acreditar que ainda existam paraísos assim à beira-mar, ainda mais no concorrido litoral baiano.
O visitante logo percebe que o programa básico em Itacaré é caminhar por trilhas para chegar até essas praias. Mas o esforço é sempre recompensado pela paisagem maravilhosa e com um banho de mar naquelas águas cristalinas e mornas. É assim na Prainha, ao fim de um caminho de 1 hora e meia, que começa no fim da Rua da Pituba e passa pelas pequenas praias do Resende, Tiririca, da Costa e da Ribeira – ou na Praia de Jeribucaçú, que fica ao fim de uma trilha de 40 minutos. Ao lado dela, do outro lado das pedras, no canto esquerdo, fica a Praia da Arruda, que é selvagem e tomada por arrecifes de corais. Na maré baixa, dá para mergulhar nas piscinas naturais que se formam a poucos passos da areia.
O Jungle Bar é um dos points, na Rua da Pituba
Já a Praia da Concha é praticamente urbana, com a melhor infraestrutura de barracas. Tem águas calmas – boas para fazer stand up paddle – e é frequentada principalmente por famílias com crianças. Itacaré também é rica em passeios ecológicos e de aventura. As agências de turismo da cidade organizam diversos passeios, como quadriciclo, tirolesas e circuitos de trekking. O mais concorrido é o passeio para a Península de Maraú, em veículo 4×4, que leva até a Praia de Taipu de Fora.
O Rio de Contas, que nasce na Chapada Diamantina e desagua bem ao lado da vila de Itacaré, é perfeito para a prática de rafting. São 5km de percurso, com cinco corredeiras pelo caminho. Em certo ponto, o rio afunila dentro de um cânion de pedra, formando uma corredeira bem abusada que garante boas doses de adrenalina.
É claro que o município não é mais o pacato vilarejo que os surfistas encontraram nos anos de 1980. Itacaré ganhou centenas de pousadas e restaurantes nas últimas duas décadas. Cresceu até mais do que deveria, levando em conta sua feia periferia. Os argentinos a invadiram impiedosamente e são figurinhas fáceis em todo canto. Mesmo assim a cidade ainda consegue, ao menos no corredor turístico de sua via principal, a Rua da Pituba, preservar o astral desencanado que agrada qualquer um que esteja de paz com a vida.
À noite, um programaço é calçar uma sandália e caminhar pela Pituba, onde estão concentrados lojinhas, bares e restaurantes. Quem tem pique pode estender a noite para dançar coladinho no forró pé de serra do restaurante Mar e Mel. A balada, entretanto, nunca acaba muito tarde. Itacaré tem vocação diurna. O negócio é acordar cedo e sair para os passeios.
O único problema da cidade é que ninguém quer ir embora. Muitos não resistem e resolvem ficar lá para sempre. É uma espécie de febre local, a febre de Itacaré.
Como chegar
Itacaré fica a 65km de Ilhéus, onde está o aeroporto mais próximo. O ideal é alugar um carro para rodar com liberdade pelo município, pelas praias e cachoeiras. Outra opção é via Salvador, o que ficou mais fácil com a inauguração, em 2009, da estrada asfaltada entre Camamu e Itacaré e da ponte sobre o Rio de Contas. Quem vem da capital baiana de carro deve ir de ferry boat para a Ilha de Itaparica e seguir pela BA-001, passando por Valença e Camamu. A viagem toda leva cerca de 4 horas.
Piscina e jardim da Pousada Vira Canoa
Sugestão de hotel
Txai
É um dos mais exclusivos resorts do Brasil. Ocupa uma grande área em frente à Praia de Itacarezinho. São seis categorias de acomodações, entre suítes e bangalôs independentes sobre palafitas. As acomodações mais luxuosas têm 70m², deque de madeira com vista para o mar e piscina privativa.
Vira Canoa
Localizada na Praia da Concha, a pousada tem estilo. Os apartamentos bem decorados têm camas com dossel. A piscina é grande, esbanja plasticidade e está cercada por um belo jardim.
Pacotes da Visual Turismo para Itacaré incluem = passagem aérea + traslados + 7 noites de hospedagem com café da manhã + caminhada na Praia da Concha
Baixa temporada – 1o semestre
Hospedagem = Pousada Maria Farinha
Preços a partir de = R$ 1.598
Saídas = 5 e 12 de maio
Voo = regular com a Gol Linhas Aéreas
Férias de julho
Hospedagem = Pousada Pedra Torta
Preços a partir de = R$ 1.470
Saídas = 29 de julho
Voo = fretamento Azul Linhas Aéreas
Baixa temporada – 2o semestre
Hospedagem = Pousada Pedra Torta
Preços a partir de = R$ 1.444
Saídas = 26 de agosto
Voo = fretamento Azul Linhas Aéreas
Contato Visual Turismo = (11) 3235-2000 + (31) 3524 4200 + (41) 3051-2000 + (61) 2109-6969 + www.visualturismo.com.br