SÃO PAULO – Por conhecer como poucos executivos internacionais o mercado brasileiro e as experiências que já teve tanto no ar como no mar (foi CEO da Pullmantur, além de trabalhar na LAN e Tam), Jorge Vilches tem uma especial atenção para o Brasil neste processo de recuperação que realiza desde maio à frente da Alitalia, a maior companhia aérea italiana e que vive uma situação especial.
Enquanto procura atenuar a crise que se instalou por anos seguidos na empresa, vem desenvolvendo um trabalho para por a casa em ordem e mostra otimismo confiante para o que vem pela frente, como demonstrou na coletiva realizada agora cedo na capital paulista, juntamente com outros diretores da Alitalia.
Carlos Antunes, o vice-presidente internacional de vendas, Davide Mandaressi, o CEO Jorge Vilches, o VP regional das Americas, Benedetto Mencarini Poiani e Frederico Garimberti, assessor de midia, a equipe da Alitalia na coletiva
“O Brasil é um mercado estratégico para a companhia, um dos principais entre os seus 68 destinos internacionais. Transportamos 286 mil passageiros no ano passado,queremos chegar ao final de 2017 com 350.000”, afirmou, indicando o desejo maior de crescimento no mercado internacional, e do qual faz parte o aumento de voos para o país.
Em novembro a oferta da companhia com as novas frequências anunciadas vai significar 85% a mais. O novo voo de São Paulo que dará à rota dez frequências por semana e a retomada do voo diário direto do Rio de Janeiro para Roma estão entre as principais expectativas, considerando que os resultados da rota são excelentes e a demanda é maior do que a oferta existente. “Vamos crescer ainda mais”, enfatizou.
No voo do Rio haverá mudança de aeronave: o Boeing B777 sera substituído pelo A330.
“Há um compromisso focado com o Brasil”, explicou Vilches, recordando aspectos históricos. “Nosso primeiro voo internacional logo após o surgimento da Alitalia foi para o Brasil, há 69 anos, com 35 horas e 5 paradas. Hoje, a rota entre Guarulhos e Galeão com o aeroporto Fiumicino, em Roma, tem o novo terminal da capital italiana, recentemente inaugurado, como o melhor dentro da Europa.
“Nossa distribuição para todo o país, incluindo Milão e as outras regiões tão pretendidas pelo publico brasileiro, além da rede de conexões continental, tudo isto nos leva à considerar este efeito positivo de mais passageiros voando daqui para lá”.
Produto, entretenimento, gastronomia à bordo (por 7 anos seguidos premiado), serviços, atendimento e relacionamento com mercado – e elogios para a equipe de vendas do escritório brasileiro comandado por Carlos Antunes e sua equipe.
Estes foram aspectos salientados pelo CEO da Alitalia que veio da Argentina, outro mercado de boas pretensões e retorna para a Alitalia conectado com os novos planos de expansão internacional da empresa. Seu ultimo compromisso nesta rápida passagem por São Paulo foi uma reunião com Valter Patriani, vice-presidente de vendas e marketing da CVC Viagens, a principal operadora brasileira e que também deverá incrementar a venda de pacotes para a Itália.
Vilches realmente mostrou um otimismo confiante. A Alitalia mostra um perfil internacional que difere muito dos problemas internos vividos. “Voo diário para o México, aumento na oferta para o mercado norte-americano, como Boston e o inicio em outubro dos novos voos para Maldivas e Nova Delhi, são determinantes neste compromisso”, ressaltou o executivo.
Vilches abriu a coletiva com uma ampla exposição sobre a situação da Alitalia que se encontra efetivamente sob administração extraordinária desde a data de 2 de maio s o que está permitindo a redução de custos dentro da reestruturação projetada.
Já foram economizados 120 milhões de euros, a companhia pouco utilizou até aqui dos 600 milhões emprestados pelo governo italianoa juros de mercado, na redução de pessoal o plano B vem sendo aplicado, 300 funcionários já deixaram a companhia enquanto 900 cumprem horário reduzido sem se desvincular da empresa.
Na situação vivida pela Alitalia, salientou os problemas vividos pela questão da malha aérea doméstica na disputa com as low cost e uma série de contratos negativos, como vários de leasing já renegociados.
“A ordem é crescer, especialmente nos voos de longa distância que são os mais rentáveis”, diz, evocando a geração de ingressos com investimentos em tecnologia como os que foram feitos nos últimos meses, possibilitando vender melhor os voos e otimizar as tarifas e processos comerciais”.
Vilches admite que nos ultimos cinco meses as projeções tem melhorado. “Isto é muito importante, como os adicionais, bagagens e up grade. Estamos muito otimistas, enquanto aguardamos o desenvolvimento das questões do processo de possível venda ou novas parcerias. Importante é que estamos fazendo a lição de casa”.
Um dos motivos da confiança demonstrada pela equipe da Alitalia durante a visita foi a constatação dos numeros que indicam a Itália como o destino favorito dos brasileiros na temporada européia. Alitalia significa Asas da Itália e é a principal transportadoras internacionais com quase 70 anos de operaççoes no Brasil.