Hotéis de luxo são muitos, mas poucos deles são verdadeiramente únicos
Entre o final do século 19 e o início do século 20, o termo Grande Hotel foi criado para, mais do que classificar, traduzir uma experiência de hospedagem surpreendente numa propriedade hoteleira requintada. Naquela época, elegância, sofisticação, refinamento e tamanho eram os requisitos fundamentais para um hotel ser chamado de Grande. Hoje, as atuais redes hoteleiras de luxo nasceram a partir desses fundamentos. No século 21, hotéis de luxo existem às centenas, mas apenas pouquíssimos deles se tornaram ícones, a ponto de se tornarem o destino principal de qualquer viagem.
Seja pela estrutura, pela história ou pelo serviço que oferece, um Grande Hotel acaba por ser verdadeiramente o principal propósito da sua viagem. Então, nós vamos visitar alguns deles para conhecer um pouco da história desses emblemáticos representantes da hotelaria mundial. Cada um deles é um pretexto para você criar um roteiro onde o objetivo principal da viagem será descansar e ser paparicado em uma propriedade fenomenal.
A nossa viagem começa aterrissando em Nova York para conhecer a história de um hotel que dispensa apresentações.

Waldorf-Astoria = Símbolo da aristocracia norte-americana
Essa história começa no final do século 19, com a inauguração do Hotel Waldorf, no coração da 5ª Avenida. O dono do empreendimento, William Waldorf, teve a ideia de criar um hotel para a elite internacional. Pouco a pouco essa elite começou a chegar e ocupar os 450 quartos da propriedade. A fama foi imediata, graças ao tamanho, à decoração luxuosa e ao serviço impecável. Nascia assim o primeiro Grande Hotel de Nova York.
A fama do Hotel Waldorf despertou a cobiça de John Astor 4º, primo e rival de negócios de William Waldorf. John Astor decidiu construir ao lado do Waldorf, um hotel muito maior e tão luxuoso quanto e batizou-o com o nome de Astoria Hotel.
A concorrência acirrada entre os primos terminou 5 anos mais tarde, com a decisão de fundir os dois empreendimentos. Assim, em 1902, depois de uma profunda renovação e ampliação, nasceu o Waldorf-Astoria. Naquela época, a propriedade, com 1300 acomodações, se tornou o maior hotel do mundo. O Waldorf-Astoria foi também o primeiro hotel de Nova York a oferecer eletricidade e banheiros privativos em todos os quartos e suítes, um dos maiores sinais de prestígio da época.

Em 1929, a direção do hotel decidiu fazer uma mudança ainda muito mais radical: de endereço
O Waldorf-Astoria foi demolido, em seu lugar foi construído o Empire State, e o resto virou história. A partir daí, um novo e mais moderno Waldorf-Astoria foi construído na exclusivíssima Park Avenue.
Finalmente o nome se tornou uma grife = a Waldorf Astoria Hotels & Resorts – que pertence hoje ao grupo hoteleiro Hilton.
Um grupo chinês comprou o Waldorf-Astoria de New York por cerca de 2 bilhões de dólares, mas a Hilton Hotels segue administrando a propriedade, que, por sua vez, continua recebendo reis, presidentes, bilionários, novos ricos e viajantes curiosos em conhecer a história desse Grande Hotel.
De Nova York nós voamos para a Tailândia. É lá que está outra referência da hotelaria de luxo.

Mandarin Oriental Bangkok herdou seu pedigree do The Oriental
Uma das primeiras propriedades a integrar o seleto clube dos hotéis excepcionais é o atual Mandarin Oriental de Bangkok, na Tailândia.
Ele ajudou a forjar e manter a tradição da hotelaria de luxo. Em 1876, quando foi inaugurado, se chamava The Oriental e a Tailândia se chamava Sião. A partir da sua abertura, o The Oriental recebeu hóspedes famosos, reis, rainhas e dignatários vindos de todas as partes do mundo. Eles voltavam para a casa impressionados com o luxo, a grandiosidade e o serviço, e recomendavam o hotel aos seus amigos.
Em meados dos anos 1970, uma rede hoteleira chamada Mandarin International adquiriu 49% da propriedade. O negócio evoluiu para a formação do grupo hoteleiro Mandarin Oriental, que colocou o hotel The Mandarin, localizado em Hong Kong, e o The Oriental, sob uma única bandeira. Alguns anos se passaram até que finalmente o grupo resolveu rebatizar o The Oriental com o nome de Mandarin Oriental Bangkok.

Ainda hoje o Mandarin Oriental Bangkok integra as listas dos melhores hotéis do mundo e continua recebendo a realeza, os presidentes, escritores renomados, atores e atrizes consagrados. Ele é um hotel dos sonhos para quem acredita que hotelaria tem tudo a ver com cultura, história e estilo de vida.
Já a bandeira Mandarin Oriental cresceu, ganhou fama e continua focada em oferecer aos seus hóspedes experiências requintadas. A rede tem 41 hotéis, todos eles de padrão luxo, estrategicamente instalados em 26 países.
Nesse momento você já entendeu que um Grande Hotel é muito mais do que bom serviço e excelente hospedagem. Da Tailândia retornamos à América do Norte para conhecer um Grande Hotel canadense.

Château Frontenac é o hotel mais fotografado do mundo
Grande, no sentido literal e também no sentido histórico, o Château Frontenac viu passar por seus corredores, homens e mulheres que ajudaram a escrever a história do mundo. Se você pratica a arte de viajar, já sabe que nós estamos aterrissando em Quebec para admirar o Le Château Frontenac.
Inaugurado no final do século 19, como o seu próprio nome diz, esse empreendimento colossal tem a aparência de um castelo. Ele está localizado no alto de um penhasco, na Cidade Antiga de Quebec, que, por sua vez, é Patrimônio Mundial da UNESCO.
E é fácil entender por que ele é o hotel mais fotografado do mundo. Sua imagem imponente – com torres e telhado de cobre e paredes de pedra – domina a paisagem e emoldura o cenário transformando-o num dos mais belos cartões postais canadenses. Quem se hospeda no Château Frontenac tem as mais impressionantes vistas de Quebec, lá embaixo, aos pés do hotel.

Como um autêntico Grande Hotel, esse hotel castelo já nasceu luxuoso
A empresa ferroviária Canadian Pacific resolveu promover o Canadá como um destino de luxo para os viajantes europeus descobrirem através das viagens de trem. Para isso, a Canadian Pacific construiu hotéis grandiosos em cidades-chave canadenses. E o Frontenac foi um deles.
Vários líderes mundiais e personalidades de todos os tipos se hospedaram no hotel, como o 1º Ministro Britânico Winston Churchill e o presidente Roosevelt, dos Estados Unidos, entre tantos outros. Simbólicas foram as reuniões secretas feitas dentro do hotel, durante a Segunda Guerra Mundial.
O Château Frontenac continua sendo a grande atração da cidade de Quebec. Ancorado em sua grandeza histórica, mas completamente renovado, sua infraestrutura é capaz de atender às mais modernas expectativas. Com foco no futuro, o hotel investe em sustentabilidade e preservação do seu valioso patrimônio, que é um marco turístico canadense.