
Em seu estudo mais recente, IATA prevê maior impacto da Covid-19 no setor aéreo
Mais uma vez, a IATA atualiza as perspectivas para o setor aéreo em tempos de coronavírus. Em estudo divulgado em 24 de março, a associação estimava uma perda de US$252 bilhões no faturamento. No entanto, em sua pesquisa mais recente, a entidade prevê que as receitas de passageiros devem cair para menos da metade do registrado em 2019.
Os números atualizados levam em consideração o impacto crescente da pandemia ao turismo. Nesse sentido, colaboram para a queda de faturamento questões como a rigorosa restrição a viagens domésticas + a prorrogação de algumas restrições internacionais + a atualização de perspectivas para o coronavírus em todo o mundo.
O resultado é uma forte queda na demanda de passageiros, tanto nacional quanto internacionalmente. Comparada com os números do ano passado, esta redução deve chegar a 48%. Alguns dos principais fatores por trás deste número são a queda geral no desenvolvimento econômico + o aumento das restrições de viagens.
Enquanto uma recessão é desencadeada pela crise da Covid-19, o PIB mundial deve diminuir 6% no 2° trimestre do ano. Como a demanda de passageiros acompanha a trajetória do PIB, os números devem continuar em queda até o 3° trimestre.
Nesse contexto, as restrições de viagens tornam ainda maior o impacto da recessão nas receitas de passageiros. No início de abril, por exemplo, o número de voos no mundo caiu 80%, em meio a esforços internacionais para evitar a proliferação do coronavírus.
Por isso, no mercado internacional, a demanda deve continuar baixa por mais tempo, com restrições até o 3° trimestre. Por outro lado, mercados domésticos devem ter uma retomada mais rápida.
As perspectivas do setor ficam mais sombrias a cada dia. A escala da crise torna improvável uma recuperação do tipo V. Na prática teremos uma recuperação do tipo U, com a retomada mais rápida das viagens domésticas e, posteriormente, do mercado internacional.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA
Ajuda financeira torna-se ainda mais urgente
A IATA destacou que, apesar de muitos governos já terem agido para resgatar as companhias aéreas, são necessárias medidas mais significativas. Isso porque a queda de demanda de passageiros continua minando as reservas de caixa das companhias; e, consequentemente, colocando 25 milhões de empregos em risco.
Nesse sentido, a IATA divulgou medidas que podem ser adotadas por governos para evitar um impacto ainda maior da Covid-19 no setor aéreo. São ações como suporte financeiro direto a transportadoras de passageiros e cargas + empréstimos + isenção e desconto em impostos e taxas.
A ajuda financeira para as companhias aéreas hoje deve ser uma medida política fundamental dos governos. O apoio às companhias aéreas manterá as cadeias de suprimentos vitais em operação durante a crise. Cada emprego mantido pelas companhias aéreas mantém outros 24 trabalhadores empregados.
A ajuda permitirá que as empresas aéreas sejam negócios viáveis, prontos para liderar a recuperação, conectando economias quando a pandemia estiver contida. Se as companhias aéreas não estiverem prontas, a dor econômica da Covid-19 será desnecessariamente prolongada.
Alexandre de Juniac – Diretor Geral e CEO da IATA