Observar a natureza é compreender os ciclos naturais da vida
Sempre que pensava nas 4 estações do ano, me lembrava de Vivaldi e o seu clássico concerto em homenagem à Primavera, ao Verão, ao Outono e ao Inverno. Isso, até começar a viver em um país que tem as 4 estações do ano bem definidas. Aqui em Toronto, no Canadá, o Verão compete de igual para igual com o calor carioca: úmido, abafado, tórrido na concepção da palavra.
Já o Outono, diferente de tudo o que experimentamos no Brasil é uma profusão de cores. À medida que a temperatura vai caindo, as folhas vão dizendo adeus, não sem antes mudar de tom e colorir a paisagem com amarelos e dourados, laranjas, roxos e vermelhos vivos, enquanto vão morrendo aos poucos.
De repente a temperatura despenca abrindo as portas do mundo glacial que atravessa muros e consegue entrar pelos poros das pessoas vestidas com camadas e camadas de lã.
E aí vem a primavera que, sem dizer uma palavra, nos faz compreender o sentido da palavra renascer. Essa mesma sensação de renascimento aconteceu esta semana, durante o Solstício de Inverno. No Brasil, nunca prestei atenção ao Solstício, mas aqui, a noite mais longa do ano nos avisa que, daqui para a frente, os céus ganharão mais e mais luz.
Depois de um ano vivendo na escuridão típica das incertezas, receber tão belo aviso da natureza é aquela dose de otimismo que tanto precisamos neste final de 2021. E vivenciar dia a dia a passagem das estações é entender que tudo é cíclico. Como bem diz o clássico pensamento zen-budista: está tudo dando errado? Calma, isso vai passar. Está tudo dando certo? Calma, isso também vai passar.
Feliz Natal.