Da Ego Travel ao fim do passaporte, saiba o que mudará neste e nos próximos anos
O ano novo chega com novas viagens e tendências. É claro que a frase, de efeito, não passa de uma jogada de marketing para destacar este ou aquele destino turístico, dentro de um mapa de infinitas atrações.
Quanto às tendências, ahhh, as tendências… elas existem! Algumas vieram para ficar pois farão muito bem ao planeta e aos viajantes. Outras mostram a superficialidade do mundo no século 21. E existem aquelas que, mais do que uma tendência, mostram como a tecnologia está transformando nossa maneira de viver e de viajar.
Ego Travel é um mergulho num espelho d’água de modismos
Uma dessas tendências é a chamada Ego Travel, ou, em tradução livre, Viagem do Ego. Não confunda a Ego Trip, típica dos anos 1960 e 70 com a Ego Travel que promete crescer na próxima década.

Enquanto a Ego Trip do século passado era um mergulho meio doidão em busca do autoconhecimento, a Ego Travel pode ser definida como um mergulho num espelho d’água de modismos.

Os viajantes do ego não tiram férias, mas sim embarcam em uma jornada em busca do bem-estar interior e exterior. Ao escolher onde irão se alimentar, os viajantes do ego são exigentes. A comida deve ser quase técnica, livre de lactose, glúten, e fotogênica o suficiente para virar um post no Instagram. E se tiver um tempero ayurvédico então, melhor ainda.

Retiros meditativos ou ficar 10 dias sem dizer uma palavra, numa jornada silenciosa, são sinônimos de Viagens do Ego, assim como um detox tecnológico ou roteiros que incluem de cerimônias com xamãs aos momentos para fazer uma pose de yoga em cima de uma pedra, com uma imagem cartão postal ao fundo e finalizar com um #namaste.

Sim, porque a diferença fundamental entre uma Ego Trip e uma Ego Travel, é que, com a exceção do Detox Tecnológico, cada momento deve ser religiosa, rotineira e constantemente postado nas mídias sociais.

Aliás, um Viajante do Ego costuma contratar um fotógrafo para produzir seus #melhoresmomentosdaviagem.
Banindo o plástico do turismo
Usar artigos de plástico descartável é uma atitude cada vez mais criticada e há quem garanta que em poucos anos será tão estigmatizada quanto fumar.
No mundo das viagens, 2018 foi o ano em que a Indústria do Turismo se uniu para tirar o plástico de circulação.

Esta iniciativa se baseou numa pesquisa que mostrou que cerca de 1/3 dos viajantes em potencial escolheria um hotel, um destino, um roteiro e até uma empresa de viagem, em detrimento de outra, se esta mostrasse uma política mais eficiente contra o uso de artigos plásticos descartáveis, como talheres, garrafas e canudos, por exemplo.
A ação ainda está engatinhando, mas já mostra alguns bons resultados.
A rede de hotéis Meliá International comprometeu-se a eliminar todos os descartáveis plásticos de seus 370 hotéis localizados em 40 países, até meados deste ano. Ela começou a ação em 2017, ano em que retirou 22 milhões de garrafas plásticas de circulação.

2019 é o também o ano em que leis banindo os plásticos descartáveis passa a vigorar nas ilhas Galápagos, Grenada e Aruba, assim como a cidade de Santa Monica, na Califórnia.
Pegando onda na tendência, já existem roteiros onde, por exemplo, o viajante embarca para fazer ações de voluntariado e limpar litorais poluídos.
De olho no protetor solar
Quem for curtir praia no Havaí, ou na Ilha de Bonaire, no Caribe, deve deixar para comprar lá o seu filtro solar.
A razão é que ambos os destinos baniram cerca de 78% das marcas de protetor solar mais usadas, pois alguns ingredientes químicos do produto quando em contato com a água, se tornam prejudiciais para os seres humanos e ainda atacam os recifes de coral.

A tendência é que em 2019 outros destinos turísticos de praia aprovem leis semelhantes.
O dia em que o passaporte deixará de existir
Agora uma mudança radical, que vai fazer muita gente se sentir saudosa é o fim dos passaportes. Já imaginou?
Com o avanço da biotecnologia e da biometria, o reconhecimento facial será o grande lance e estará presente nos check-ins dos aeroportos, nos portões de embarque, nas fronteiras, nas alfândegas, em todos os lugares.
O uso da tecnologia biométrica no turismo promete diminuir radicalmente as filas em qualquer tipo de portão de entrada e saída de viajantes.

Já que a previsão é de que nos próximos 20 anos o número de passageiros nos aviões irá dobrar, ela é muito bem-vinda.
Mas pouco a pouco, o Big Brother cresce e passa a controlar o mundo e as pessoas. O controle promete ser tão amplo que o bom e velho passaporte, o caderninho repleto de carimbos coloridos estampados nas mais diferentes línguas do planeta, um dia, talvez mais cedo do que você e eu imaginamos, deixará de existir.