A Travel3 sugere um roteiro com algumas das melhores cafeterias do mundo para você brindar sua viagem
Eu gosto tanto de café que adoraria trabalhar como barista em uma cafeteria. O lugar, realmente especial, iria servir um café-iguaria; seria esteticamente elegante; completamente low profile e, pelo conjunto da obra, super descolado. Já deu para perceber que, além de gostar de café, curto do processo de produção ao ambiente de uma boa coffeehouse.
Em qualquer parte do mundo, ao final de um dia de trabalho, procuro uma cafeteria para descansar. Escolho uma mesa de onde possa observar os locais e vou colocando no papel as impressões daquele dia, enquanto saboreio uma boa xícara de café quente, encorpado e cheio de sabor.
Antigamente era difícil encontrar casas comprometidas com a qualidade do grão e com a maneira correta de preparar um delicioso café. Mas sempre havia um Starbucks próximo ao hotel para me salvar.
Hoje existem cafeterias tão fantásticas, que ficou fácil escolher uma que tenha um bom serviço, um café de ótima qualidade e ainda ofereça uma amostra da cultura local. Em cada viagem que faço procuro descobrir uma cafeteria que me emocione. Aprovada, registro o que mais me surpreendeu. Com o tempo cultivei uma coleção de excelentes cafés que passo a compartilhar com você.
É o meu Tour da Cafeína, que começa agora e que apresentarei de tempos em tempos, também aqui, na Travel3.
O nosso tour da cafeína começa em um dos icônicos cafés de Paris
Você e eu aterrissamos na capital francesa e seguimos direto para a Rive Gauche, mais exatamente o 6º arrondissement, no lado esquerdo do Rio Sena. É ali que estão as elegantes avenidas de St.-Germain-des-Prés e as ruas tortuosas, com calçamento de paralelepípedo, do Quartier Latin. Vamos andar por um cenário que remete a meados do século 20, entre o começo dos anos 1940 e final dos anos 1950.
A visão dos cafés com seus terraços, colorindo os prédios mais sisudos é de puro charme. No meio deste ambiente está o lendário Café de Flore, exatamente na esquina da Boulevard Saint-German e Rue Saint-Benoît. Chamado simplesmente de Flore pelos frequentadores, tem este nome para homenagear a deusa Flora. Não por acaso o nome do café, em neon, está cercado por todo tipo de folhagem, cujas flores se revezam durante as épocas do ano.
O lendário Café de Flore
O lendário aqui tem a ver com as histórias que aconteceram nesta casa e com os protagonistas dessas histórias. Pessoas como os filósofos Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, ou como o artista espanhol Pablo Picasso. Habitués, esses, e outros notáveis, viam o Café de Flore como um ponto de encontro de amigos e ideias.
Para os franceses, um estabelecimento chamado café fica entre entre um pequeno restaurante e um grande bistrô, onde é possível almoçar, jantar, tomar um bom vinho, ou…café! Para o tour da cafeína o ideal é ir ao de Flore durante o dia, escolher entre o terraço ou o interior da casa pedir um cappuccino ou um latte e esquecer o tempo.
Repare as colunas e as elegantes linhas art-deco com um Je ne sais quoi de neoclássico. O piso, de pastilhas coloridas é um dos patrimônios da casa, assim como o nome estampado no chão, logo na entrada. E os sofás de couro vermelho são um conforto só. Parece que entramos em um filme de época, do qual não queremos sair tão cedo. Enquanto você aprecia sua bebida, observe os personagens do cotidiano parisiense, quase sempre apressados, vivendo sua rotina diária.
Ah! E o mau humor dos garçons franceses não passa de uma lenda urbana. No Café de Flore encontrei garçons gentis, um maître alegre e um serviço eficiente.
Que bom te ouvir!! Eu me transferi hj para Paris. Que paixão!! Obrigada pelo passeio regado a cafezinho!
Obrigada a você, Amira, por ter embarcado comigo nesta viagem!!