E não permitirá mais acampamentos luxuosos na cidade temporária que todos os anos renasce no deserto de Black Rock, em Nevada
Todos os anos, uma cidade surge e desaparece nas areias do deserto de Black Rock, em Nevada, nos Estados Unidos. Durante 7 dias, a comunidade convidada para viver nesta cidade, participa de um movimento coletivo baseado em 10 princípios que devem ser colocados em prática durante a estadia nesta cidade temporária. Este é o conceito que deu vida ao projeto Burning Man.
Os criadores gostam de frisar que o Burning Man não é um festival, mas sim uma cidade em que quase tudo o que acontece é criado inteiramente por seus cidadãos. Eles são os transformadores, participantes ativos da experiência. Esta é a definição que está no site oficial da comunidade.
Os 10 princípios do Burning Man
Inclusão Radical = qualquer pessoa pode fazer parte do Burning Man.
O ato de presentear = sem pedir nada em troca.
Autossuficiência radical = que incentiva a comunidade a descobrir seus recursos internos.
Auto expressão radical = criatividade e originalidade como forma de expressão única e pessoal como forma de doação, sempre respeitando os direitos e liberdades do destinatário.
Cooperação criativa = para uma melhor colaboração comunitária.

Prática da responsabilidade civil = que valoriza a sociedade e o bem-estar dos seus membros, sempre seguindo as leis locais, estaduais e federais.
Respeito ao meio-ambiente = somado ao comprometimento de não deixar nenhum rastro físico após sua passagem por Burning Man, se possível deixando o local em um estado melhor do que foi encontrado.
Comprometimento em agir com uma ética radicalmente participativa = conseguir ser através do fazer.
Experiência prática e imediata = para superar os muros que separam as pessoas.
Recusar que o ambiente ao redor seja mediado por patrocínios comerciais.
Algo realmente espetacular acontece no Burning Man de 2019
Esta metrópole utópica ganhará vida de 25 de agosto a 2 de setembro e algo fantástico acaba de acontecer. Marian Goodel, uma das fundadoras do movimento acaba de publicar uma carta no site oficial do Burning Man, anunciando que em 2019, algumas correções culturais para preservar a filosofia dessa comunidade que durante 7 dias faz a utopia virar realidade.

Vendo que o Burning Man estava se transformando em um festival – que os fundadores fazem questão de dizer que não é – e… da moda – que eles execram, Marian comunicou que este ano influenciadores de mídias sociais, modelos e outras pessoas famosas e/ou ricas, que usam a cidade temporária de Black Rock como uma oportunidade para vender produtos ou impulsionar marcas, não serão mais convidados.
Também não será mais permitido os acampamentos de luxo: ano passado havia pacotes para o Burning Man custando US$ 100,000.00 com hospedagem neste tipo de acampamento.
Em um mundo efêmero, onde likes e curtidas viraram um símbolo de… poder (!), é louvável ver que ainda existem pessoas focadas numa experiência verdadeiramente real e transformadora.