CEO do Grupo Arbo defende transparência e valorização do pagamento à vista para fortalecer o turismo
Durante o Workshop Diversa, um painel reuniu Arnaldo Franken, CEO do Grupo Arbo, Hugo Clemente, superintendente do Banco Bradesco, e Manoel Vale, gerente de Relacionamento com o mercado de viagens do Bradesco Cartões. A mediação ficou a cargo de James Giacomini, diretor Comercial da Diversa.
O debate destacou a importância de apresentar de forma transparente os valores das viagens, para permitir ao cliente escolher entre parcelar — visualizando juros — ou aproveitar descontos progressivos para pagamentos com menos parcelas ou à vista.
Arnaldo Franken explicou que esse conceito inspirou a criação do Divpix, ferramenta pioneira lançada pela Diversa, que exibe o valor real com desconto no pagamento à vista e adiciona juros conforme o número de parcelas, modelo já consolidado no varejo.
“Quem antecipa o pagamento deve ser recompensado. Não se trata de punir quem parcela, mas de premiar quem se organiza. Essa transparência empodera o agente na negociação e valoriza seu papel consultivo”, afirmou Arnaldo Franken.

Para Hugo Clemente, “o objetivo é buscar equilíbrio: não perder vendas, mas manter custos adequados. No varejo, o parcelamento sem juros praticamente deixou de existir. O turismo pode seguir essa lógica, oferecendo transparência no preço e condições claras de financiamento”, disse.
O executivo ressaltou que o cartão de crédito, aliado a práticas como antecipação de recebíveis, pode ajudar agências e operadoras a reduzir custos e manter liquidez.
Oportunidade no segmento corporativo
Manoel Vale destacou que há espaço para que agências também explorem o segmento corporativo, utilizando soluções de pagamento e crédito oferecidas por instituições financeiras. “Muitas vezes, esse público garante faturamento previsível e margens interessantes. Isso contribui para a saúde financeira das agências e amplia o relacionamento com clientes que também viajam a lazer”, afirmou.
Mudança de cultura
Para Arnaldo Franken, a transparência na formação de preços e a valorização do pagamento antecipado representam uma mudança cultural no turismo brasileiro. “Todo o varejo já passou por essa transformação. É hora de o turismo seguir o mesmo caminho, garantindo preços mais competitivos, menos endividamento e um mercado mais sólido”, disse.
Arnaldo finalizou com o recado para os agentes “A mensagem é simples: façam conta. Analisem o custo financeiro das vendas, valorizem o pagamento à vista, escolham parceiros sólidos e responsáveis. O risco não é só da operadora. Quando uma empresa quebra, quem fica no prejuízo é o agente — e o passageiro, que pode acabar sem voo, sem hotel e sem viagem.”