No começo do ano, a expectativa era otimista; aí veio o Omicron e a invasão russa na Ucrânia…
Chegou a hora de viajar, afinal, até o planeta Terra já percorreu metade da sua viagem ao redor do sol. Este é também o momento perfeito para rever as previsões que os especialistas fizeram para o setor do Turismo em 2022.
No começo do ano a expectativa era de uma franca recuperação da indústria das viagens. Havia a tal demanda reprimida que começava a transformar o desejo de viajar na realidade de embarcar. As viagens se tornaram reais graças as bem sucedidas campanhas de vacinação que proporcionaram um controle maior dos casos de COVID-19. Mesmo sob a ameaça de uma inflação mundial, que já começava a dar visíveis sinais de crescimento, as viagens começaram a acontecer.
Muitos países não apenas reabriram as suas fronteiras aos visitantes, como também tiraram do ar as inúmeras restrições de viagens. Só que aí veio o Omicron e, pouco depois, a invasão da Ucrânia pela Rússia. A cadeia de produção global se viu mais afetada ainda e a inflação subiu no vácuo do aumento do preço do barril do petróleo que ultrapassou os US$ 100. Alguém ainda se lembra de que, há cerca de 2 anos, esse mesmo barril de petróleo não valia nada?
Esses são alguns dos fatores que atrasarão, não se sabe por quanto tempo ainda, a recuperação do mundo das viagens em um nível global.
Invasão da Ucrânia pela Rússia causará prejuízo de US$ 7 bilhões para o setor
Chegou a hora de analizar os gastos com as viagens. Quem trabalha com pesquisa de mercado certamente já ouviu falar no Euromonitor Internacional. Referência em todo o mundo, a empresa fornece análises detalhadas sobre e para os mais diversos setores industriais, econômicos, de serviços e bens de consumo. A previsão da Euromonitor para os gastos com o Turismo em 2022 era de um crescimento de 92% em relação a 2021ou de apenas 45% do que as pessoas gastaram com Turismo em 2019, antes da pandemia. Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, a previsão ficou mais sombria.
Novos estudos mostram que o Turismo Global perderá quase 7 bilhões de dólares com essa guerra, o que inclui o colapso do turismo na Rússia e na Ucrânia. Pesa também a interrupção da alta estação na Europa, no caso, a temporada das viagens de verão no Velho Continente. O motivo é que os Europeus mudaram seu foco. Ao invés de pensar em um roteiro de viagens, a maior preocupação do continente agora é ajudar os milhões de refugiados ucranianos que deixaram o seu país. A fuga da guerra criada pela Rússia, desencadeou a maior crise humanitária no continente, desde a 2ª Guerra Mundial.
Depois da Pandemia, chegou a hora de falar em Inflação Global
É claro que a Pandemia continua no ar, prejudicando a recuperação do turismo principalmente na Ásia, no Oriente Médio e na África. Nessas regiões, o que acontece é uma extrema desigualdade na distribuição das vacinas contra a COVID-19, o que obviamente impede a livre circulação das pessoas. Mas chegou a hora de também falar dos efeitos da inflação. A Pandemia afetou a cadeia de suprimentos que, por sua vez abriu caminho para o aumento da inflação em todo o mundo. Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a guerra intensificou a alta de preços dos grãos e do petróleo. E é claro que o sensível mundo das viagens foi um dos primeiros a sentir esse impacto, de várias maneiras.
O segmento das companhias aéreas foi um dos primeiros a ser atingidos. Depois de fevereiro, justamente por conta da guerra que aflige os ucranianos, o preço do combustível para jatos subiu mais de 150% se comparado ao ano passado, alcançando o inimaginável preço de US$ 200 por barril. A estimativa é de que a alta dos combustíveis da aviação aumentará os gastos das companhias aéreas em cerca de 100 bilhões de dólares em 2022.
Se você, leitor viajante, notou um aumento no preço das passagens, vale saber que ele é um reflexo da retomada das viagens combinado com a alta do combustível da aviação. Repassar essa alta para o consumidor é a solução para lidar com o problema e tentar, assim como aconteceu durante a pandemia, compensar os custos extras e cuidar da saúde financeira daquelas empresas aéreas que conseguiram vencer o auge da Pandemia. Em resumo, desde 2019 o turismo, como um todo, continua enfrentando uma turbulência atrás da outra.