O turismo de negócios faz parte da rotina da capital mineira. Seja para uma feira, congresso ou para realizar negócios, Belo Horizonte recebe milhares de turistas com esse perfil. Agora, e quanto ao famoso turismo de lazer? Estamos diante de um grande desafio: fazer com que a cidade seja também reconhecida como um destino do turismo de lazer.
A capital de Minas Gerais precisa ser apresentada e vista pela perspectiva do lazer, entretenimento e exploração das belezas naturais. Minas não tem mar, mas possui uma série de outros atrativos que precisam ser divulgados para atrair os turistas a lazer. Seja pela localização estratégica (beneficiada agora ainda mais devido à ampliação do aeroporto de Confins), pela riquíssima gastronomia, pelas cidades históricas, pelas lindas montanhas, pelos museus ou até mesmo pela famosa receptividade mineira.
Essa promoção precisa, sim, ter o apoio do poder público, por meio da destinação de recursos e verbas para a inserção de BH como um dos principais destinos nacionais. A iniciativa privada, entretanto, não pode apenas esperar pelo poder público. É preciso agir, pois apenas reclamar ou cruzar os braços não resolverá o problema. Somos uma capital com uma hotelaria novinha em folha, com diárias a preços competitivos e com uma programação cultural riquíssima, ou seja, somos um produto supercompetitivo no mercado, porém ainda desconhecido. Por isso, precisamos ser criativos para alcançar a visibilidade tão almejada. Quem não convida não é mesmo visitado.
O desconhecimento alheio sobre as riquezas da cultura mineira só nos prejudica. Recentemente, fomos eleitos Patrimônio Mundial da Humanidade, por meio do Conjunto Moderno da Pampulha; temos a maior tirolesa do estado saindo de um dos pontos mais belos da cidade, o Mirante do Mangabeiras (com linda vista panorâmica da cidade), até a Praça de Esportes do Parque das Mangabeiras; além do Mercado Central e do Circuito Cultural Praça da Liberdade. E quanto ao Inhotim? Ao ar livre um jardim de esculturas, um museu dentro de um parque reconhecido internacionalmente, mas ainda inexplorado por boa parte dos brasileiros e dos próprios mineiros.
Além disso, temos grandes eventos já consagrados pela opinião pública, como o Carnaval, o Arraial de Belô, os festivais que exaltam a gastronomia mineira e um rico calendário cultural, como a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, o Festival Internacional de Teatro e a Virada Cultural. O que precisamos é valorizar as nossas riquezas e torná-las públicas para o mundo.
A Vert Hotéis, por exemplo, iniciou recentemente a venda de hospedagem associada a atrações turísticas da capital mineira e com valores bastante atrativos, ou seja, o que vale é usar e abusar da criatividade. É olhar para o problema (a falta de divulgação) e fazer dele uma oportunidade, seja para aprendizado ou crescimento.
O certo é que a oferta de lazer e entretenimento associadas ao turismo é um segmento de negócios e que BH tem infraestrutura e locais belíssimos que podem atrair milhares de pessoas e fomentar a economia. Ambos os aspectos só precisam ser mais bem explorados e reconhecidos.
Eu amo BH radicalmente! Seu entorno e seus bares. Meus amigos e a moda chiquérrima mineira. É uma pena sermos tão acanhados para falar das nossas qualidades. Proponho botar a boca no mundo e convidar todos para fazerem negócios e se divertirem na cidade.
Erica Drumond é CEO da Rede Vert Hotéis e ex-secretária de Turismo do Estado de Minas Gerais