Em ambiente próprio e catarinense, o presidente da Embratur foi franco e direto: “O turismo tem que ser prioridade política, por sua importância presente e futura para a economia nacional”. Lummertz relacionou entre as metas da “nova Embratur”, a de trazer 12 milhões de turistas para o País em 2022, com U$ 19 bilhões (valor atual) em faturamento.
“Pelas estimativas, tivemos 6,6 milhões de turistas no Brasil em 2016 e perto de U$ 7 bilhões de receita. Podemos multiplicar e quase triplicar esse valor com uma política de turismo comercial agressiva, moderna e inteligente”, afirmou. O formato de financiamento da nova agência está em avançados estudos no setor de planejamento do governo.
Ele fez um relato sobre as “razões históricas” para a escolha deste novo modelo. “Eu participei da criação do Sebrae. Venho do movimento de base da pequena e microempresa do Brasil. Fui redator do primeiro manifesto desse setor, que se intitulava ‘Liberdade para Trabalhar’. E o título vale até hoje. Depois fizemos a progressão do antigo Cebrae, para atual Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), para acompanhar os bens sucedidos modelos do Sesc, Senac, Sesi e Senai”, contou.
Vinicius Lummertz, realizou nesta segunda-feira (27) a apresentação do trabalho que está sendo realizado para a transformação da Embratur em uma agência de fomento internacional do turismo brasileiro e defendeu a implantação de uma política nacional do setor durante a reunião da Câmara Empresarial de Turismo, em Florianópolis (SC).
Ex-diretor do Sebrae, Lummertz lembrou que para criar a Apex, o Governo retirou recursos do Sebrae (12,5% do orçamento) e, hoje ambos fazem um bom trabalho. “Foi neste sentido que aventamos a possibilidade de transformação em agência, para seguir o bem sucedido modelo do Sebrae e da Apex”, comentou.
Para o presidente da Embratur, atualmente é brutal a competição pelo turismo internacional. “O Japão, por exemplo, que é o País mais industrializado do mundo, está investindo em turismo. Eles estão passando de 20 milhões de visitantes por ano enquanto a indústria japonesa está há 25 anos se arrastando em crescimento zero. E eles precisam gerar empregos e ocupações, porque a indústria está cada vez mais robotizada. Mas o capitalismo gera condições de readaptação, isso faz com que os 53 setores do turismo sejam aqueles que vão propiciar um imenso desenvolvimento econômico e social.”
Lummertz relatou também que o Fórum Econômico Mundial faz pesquisas regulares sobre o setor. Nos últimos anos, essa pesquisa coloca o Brasil em 1º lugar em potencial natural para o turismo e 8º em potencial cultural. Mas no quesito ambiente de negócios, em 140 países, o Brasil está no 137º entre os piores do mundo para desenvolver o turismo.
“Precisamos de uma agência moderna para competir nesse mercado internacional. Com a nova Embratur, temos a meta de chegar ao dobro dos ultimos números. “ Pode parecer pouco, mas é o 5º item da nossa balança de pagamentos”, resumiu.
Estas declarações foram feitas na palestra sobre os rumos do setor no Brasil, em Florianópolis, após a apresentação da Pesquisa de Turismo Verão 2017, realizada pela Fecomércio-SC.