À medida que a população do planeta aumenta, o mesmo ocorre com o número de turistas. E como um numero crescente tem se dedicado a viajar, a atividade vem colocando uma forte pressão sobre destinos populares que não estão capacitados e estruturados para tal.
Explica-se porque a onda de protestos anti-turismo está aumentando na Europa, o continente mais visitado de sempre e que se transforma no epicentro do problema. Não vai demorar para se estender por muitas outras regiões do mundo, inclusive no Brasil.
Os problemas intensos que as cidades e os residentes enfrentam estão abastecendo relatórios diversos. Veneza é um caso bem reconhecido. A cidade com 55 mil habitantes recebe mais de 20 milhões de visitantes por ano.
Em Barcelona os catalães estão angustiados pelo aumento de visitantes e pelo impacto que os sites compartilhados, como a Airbnb, fizeram no mercado imobiliário local. Os manifestantes tem demonstrado seu antagonismo contra equipamentos como bicicletas de aluguel e ônibus turísticos.
Mallorca e San Sebastian, outros destinos espanhóis de destaque, também viram protestos anti-turismo, com a próxima manifestação prevista para esta semana, no dia 17, em San Sebastian.
A Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas já demonstrou preocupação com o fato e está prestando atenção, considerando que a situação é séria e precisa ser abordada. “Assegurar o turismo é uma experiência enriquecedora para os visitantes e os anfitriões exigem políticas de turismo fortes e sustentáveis”, afirma Taleb Rifai, secretário-geral da OMT.
Machu Picchu, o principal destino do Peru, instituiu novas diretrizes no inicio deste segundo semestre para que os visitantes evitassem a superlotação e preservem o local histórico para as gerações vindouras. As novas regras, desenvolvidas sob orientação da UNESCO, criam sessões temporárias de visitas na parte da manhã e à tarde. Os visitantes devem entrar com um guia oficial e são proibidos de trazer alimentos, bebidas, bolsas maiores que 16 polegadas, bastões de selfie, álcool, guarda-chuvas e muito mais na cidadela Inca.
Os parques nacionais dos EUA estão enfrentando problemas semelhantes. Yellowstone, um dos mais famosos, apresentou relatórios que indicam o rápido crescimento do turismo como fator de impacto negativo no parque, muito lotado no verão, bem como para conforto dos visitantes. Estacionamentos lotados e o tráfego se tornando um problema crescente,
Além de Yellowstone, Zion, que já gerencia o transporte dentro do parque para evitar superlotação e outros parques dos Estados Unidos estão analisando formas de gestão
Se não for gerenciado corretamente, o turismo pode se tornar uma crise global. A OMT e outras entidades e organizações do setor buscam desenvolver e apoiar medidas sustentáveis em destinos que enfrentam problemas devido à superlotação, para constatar que os benefícios do turismo podem continuar sendo uma experiência enriquecedora para todos.
O parque nacional de Yellostowne tem registrado um movimento acima do normal